Estudo
FGV DIREITO RIO e Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil divulgam pesquisa sobre a história do CEPED
A FGV DIREITO RIO e o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) promovem hoje a apresentação dos resultados da pesquisa de história oral sobre o Centro de Estudos de Pesquisas no Ensino do Direito (CEPED), vinculado à UERJ e que completa 46 anos em 2012. O CEPED inovou ao organizar e criar o curso de Advogados de Empresa, em 1966, inspirado na metodologia norte-americana de case method e com uma visão interdisciplinar.
Na ocasião, além do lançamento do livro Aventura e Legado do Ensino Jurídico, organizado pelos professores Joaquim Falcão, Gabriel Lacerda e Tânia Rangel haverá também o encontro de ex-alunos e professores das seis primeiras turmas do CEPED. Por meio da metodologia de história oral foram entrevistadas 20 pessoas que narraram o processo de criação do Centro, uma das principais referências no ensino jurídico no Brasil.
Os pesquisadores analisaram o período entre 1966 e 1972 quando o Centro de Estudos de Pesquisas no Ensino do Direito funcionou por meio de um convênio, financiado pela Fundação Ford, entre a UERJ e a Fundação Getúlio Vargas. O curso de pós-graduação, que tinha duração de um ano, formou 220 advogados e contribuiu para que esses profissionais tivessem uma visão holística do Direito e da estrutura empresarial, tendo aulas de contabilidade e economia.
De acordo com os idealizados do CEPED, entre os objetivos do curso estavam aumentar a correspondência e aplicabilidade do sistema legal à realidade brasileira e transformação do Direito em um instrumento positivo do desenvolvimento brasileiro. Entre os desdobramentos do projeto do CEPED identificados pelos pesquisadores está a reforma do currículo-mínimo dos cursos de Direito na década de 1970 que trouxe uma perspectiva interdisciplinar à formação jurídica com a inclusão de disciplinas como economia, sociologia e filosofia.
Entre os ex-alunos e professores do CEPED estão juristas como Alfredo Lamy Filho, que em conjunto com Bulhões Pedreira redigiu a Lei das Sociedades Anônimas, Henry Steiner, da Universidade de Harvard, Marcílio Marques Moreira, diplomata e ex-ministro da Fazenda, Norma Parente, ex-diretora da CVM, Gabriel Lacerda, advogado que atuou na Brascan, Caemi e Petrobras, Joaquim Falcão, que foi diretor da PUC, Secretário Geral da Fundação Roberto Marinho, criador do Canal Futura e Conselheiro do Conselho Nacional de Justiça e hoje é diretor da FGV DIREITO RIO, e advogados que fundaram grandes bancas como Arnoldo Wald, Sergio Tostes, Carlos Siqueira Lobo, Carlos Leoni e Jorge Hilário Gouvêa Vieira.
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