Migalhas Quentes

Clima esquenta na Ordem paulista faltando um ano para as eleições

22/8/2011


OAB/SP

Clima esquenta na Ordem paulista faltando um ano para as eleições que definirá o novo presidente

Desde o início do mês, a jornalista Sonia Racy vem publicando em sua coluna no jornal O Estado de S. Paulo pequenas notas sobre a próxima eleição na OAB/SP.

A jornalista informou que existia uma ideia de lançar candidato único no próximo pleito.

Com o intuito de colocar os pingos nos "is", o batonnier da advocacia paulista, Luiz Flávio Borges D'Urso, publica hoje uma carta no referido matutino.

Veja abaixo o desenrolar da história.

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Estadão: Direto da Fonte - Sonia Racy

Bandeira branca

Luiz Flávio D’Urso e Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, que brigaram feito cão e gato nas últimas três eleições para conseguir a presidência da OAB-SP, agora buscam a paz. Negociam entre si consenso para lançar chapa única na disputa do ano que vem.

Terão, entretanto, que desatar a ira das suas respectivas bases. E explicar que o caminho deve ser único.

Guerra e paz

A ideia de lançar um candidato único na eleição da OAB-SP, unindo as chapas de Luiz Flávio D’Urso e Antonio Claudio Mariz, está causando um racha na base dos dois grupos. O objetivo era recuperar a paz, mas o cenário que se desenha é que surjam novos candidatos de oposição.

Pressão

Miou a ideia de "acordão" para lançar candidato único na eleição da OAB-SP, ano que vem. Apesar de ter havido discussões nesse sentido entre Luiz Flávio D’Urso e Antônio Cláudio Mariz, o presidente da ordem mandou, ontem, e-mail claro para a coluna: lançará candidato próprio.

E mais: frisou não haver "disposição para negociar tal acordo agora ou no futuro".

Pressão 2

Indagado pela coluna, Mariz mostrou-se "estupefato" com a notícia. "Estou surpreso que ele tenha mudado de postura sem ao menos me comunicar". A intenção, conversada recentemente entre ambos, era a de unificar a classe em SP.

Carta aberta

Inconformado com o rompimento das conversas em torno da chapa única na eleição da OAB-SP, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira enviou carta para a nata da advocacia do Estado. Sobre Luiz Flávio D’Urso, com quem negociava o "acordão", Mariz fala em "decepção" e "pesar".

Mas teve gente, como Carlos Miguel Aidar, comemorando o naufrágio do projeto. O ex-presidente da Ordem afirmou que "jamais apoiaria este malsinado acordo".

Veja abaixo a íntegra da carta.

Prezado Colega,

Tornou-se fato notório que o Presidente da Seccional e eu vínhamos conversando na tentativa de ser celebrado um acordo entre os respectivos grupos por nós representados, com vista às próximas eleições para o Conselho da O.A.B.

A tentativa recebeu o apoio de inúmeros advogados sinceramente preocupados com a grave crise de respeitabilidade e de credibilidade por que passa a advocacia.

A intenção seria de convidar colegas do mais alto padrão intelectual e ética, que desprovidos de interesses outros, pudessem se empenhar com afinco numa empreitada que se mostra urgente e imprescindível de plena valorização da profissão.

As conversas ocorreram no restaurante do Hotel Maksoud Plaza no primeiro semestre, foram interrompidas em julho em razão de ambos terem viajado e seriam revisadas no presente mês.

Para minha surpresa e decepção, fui contatado por uma jornalista de “O Estado de São Paulo”, que desejava ouvir-me sobre um e-mail no qual o Dr. Luiz Flávio negava a intenção de acordo e comunicava a de lançar candidatura própria.

Assim, rompeu inexplicável e abruptamente os trabalhos entabulados até então. E o fez, sem dar a mínima satisfação que se fazia mister, por respeito devido aos advogados que ansiavam pelo êxito das conversações. Sem falar da falta de, no mínimo, atenção e de consideração pelo colega, ex-presidente da seccional e por quem sempre apregoou dedicar amizade e respeito.

Ou pressionado sabe-se lá por quem, ou motivado pelos seus novos objetivos políticos, a verdade é que o Dr. Luiz Flávio mais uma vez demonstrou desinteresse pelos rumos da advocacia, priorizando objetivos outros distantes das reais necessidades da profissão.

Mais do que decepção com o “battonier”, além da frustração pelo projeto malogrado, sinto pesar pela advocacia que continuará situada em plano secundário, lá colocada por quem deveria priorizá-la acima de quaisquer outros desideratos.

Serve-me de alento, no entanto a existência de outros grupos e de advogados isolados devotos da sagrada missão de advogar, que saberão unir-se para, nas próximas eleições, darem o primeiro passo para a plena recuperação e valorização da advocacia.

ANTÔNIO CLÁUDIO MARIZ DE OLIVEIRA

Sinopse...

Falta um ano para a eleição da OAB-SP e o clima já está quente. Antonio Cláudio Mariz se disse estupefato pela desistência de Luiz Flávio D’Urso em lançar candidato único. Carlos Miguel Aidar, ex-presidente da Ordem, se manifestou: está aliviado pelo fim do plano.

...capítulo de hoje Mariz avisa: "Meu compadre e amigo Aidar afirmou só agora que não acredita no êxito do acordo para as eleições da Ordem. Gostaria de saber no que ele crê, pois também diz duvidar do êxito da oposição. Em matéria de crença ele é coerente. Não crê em nada".

Aidar responde: "Creio no meu grupo, incluindo Mariz. Sem acordos".

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Estadão: Carta dos Leitores

22 de agosto de 2011

Eleições

Diante das notas publicadas pela coluna Direto da Fonte em 13/8, esclareço: recentemente circularam informações sobre suposta aliança política que resultaria no lançamento de uma chapa unindo situação e uma das vertentes da oposição nas próximas eleições da OAB-SP, como se houvesse tratativas concretas (com cogitação de nomes) a esse respeito.

O que ocorreu é que temos sido insistentemente procurados por integrantes de chapas derrotadas nos três últimos pleitos na entidade, que buscam aproximação política, fato natural num processo democrático como o vivenciado na nossa seccional da OAB. Nada mais se deu do que essas tentativas.

Tendo em vista notícias que não correspondem exatamente ao sucedido, até com improcedentes declarações de desapontamento e frustração, convém levar ao conhecimento da classe a correta versão dos fatos, lembrando que aliança política é como casamento: para ser válida e legítima pressupõe consentimento e aquiescência das duas partes. Não se sustentam, portanto, as afirmações que circularam nem lamúrias que falam de decepção e desconsideração, pois política de classe se faz com plena liberdade de escolha, dentro do mais puro sentimento democrático, focando os interesses maiores da advocacia.

LUIZ FLÁVIO BORGES D’URSO, presidente da OAB/SP

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