Em meio ao circo político brasileiro, o PSD emerge como o grande ilusionista de 2024. Com números impressionantes (891 cidades e R$ 234 bilhões em orçamentos), o partido de Kassab demonstra uma capacidade quase mágica de estar em todos os lugares - e com todos os grupos - ao mesmo tempo.
Como um camaleão político bem treinado, o partido executa uma dança fascinante: no interior, veste as cores conservadoras que agradam às bases tradicionais; nas capitais, desliza para alianças com a esquerda com a naturalidade de quem sempre esteve lá.
A estratégia é "brilhante" em sua simplicidade: construir uma base sólida em municípios menores (onde o conservadorismo impera) enquanto tece, silenciosamente, acordos estratégicos com a esquerda nos grandes centros. É o famoso "um pé em cada canoa" elevado à arte.
O show comandado por Kassab merece aplausos - não pela coerência ideológica, que claramente não existe, mas pela extraordinária capacidade de sobrevivência política. Afinal, quem precisa de ideologia quando se tem 37,3 milhões de brasileiros sob sua gestão?
No final, o PSD não é direita nem esquerda - é poder puro e destilado. É a personificação do político profissional" brasileiro, aquele que transforma a adaptabilidade em virtude e a incoerência em estratégia.
A grande ironia? Todos sabem do jogo, mas fingem não ver. Afinal, em um país onde a política muitas vezes se assemelha a um teatro do absurdo, o PSD apenas aperfeiçoou a arte de ser todos os personagens ao mesmo tempo.
Quando alguém perguntar "mas afinal, o PSD é de direita ou de esquerda?", a resposta é simples: é do lado que mantém o poder. Sempre foi, sempre será.
Fim do espetáculo... até a próxima eleição!