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Debêntures de infraestrutura: Uma oportunidade de investimento e desenvolvimento do país

Após o desastre ambiental no RS, a restauração demanda financiamento, possível via orçamento público e empréstimos de instituições como BNDES e Caixa Econômica.

13/6/2024

Considerando o recente desastre ambiental ocorrido no Rio Grande do Sul, muito se pergunta como será realizada a restauração e restruturação do respectivo Estado, em especial das estruturas que atendem toda população nos diversos segmentos.

No Brasil, o financiamento de infraestrutura pode ser realizado por via de várias maneiras, que incluem tanto fontes públicas quanto privadas, as quais podem ser assim elencadas:

ORÇAMENTO PÚBLICO:

EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS PÚBLICOS:

PPPs - PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS:

ORGANISMOS INTERNACIONAIS E BANCOS MULTILATERAIS:

INCENTIVOS FISCAIS E CRÉDITOS SUBSIDIADOS:

CROWDFUNDING E FINANCIAMENTO COLETIVO:

MERCADO DE CAPITAIS:

Pelo que se vê, há diversas formas de se financiar projetos de infraestrutura no Brasil, sendo que no presente artigo serão melhor detalhadas as chamadas Debêntures de Infraestrutura, as quais tiveram sua sistemática aperfeiçoada na pela lei 14.801/24 e decreto 11.964/24.

Debêntures de infraestrutura são instrumentos financeiros emitidos por empresas para captar recursos destinados a projetos de infraestrutura, como rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, energia e saneamento básico. Estes títulos de dívida corporativa têm se destacado no mercado brasileiro por oferecerem vantagens tanto para investidores quanto para as empresas emissoras e para o desenvolvimento econômico do país.

As debêntures são emitidas por empresas privadas ou concessionárias de serviços públicos, sendo que representam um empréstimo que o investidor faz à companhia, que se compromete a pagar juros periódicos e devolver o principal na data de vencimento.

No caso das debêntures de infraestrutura, os recursos captados são obrigatoriamente destinados a projetos específicos para tal segmento, o que, contudo, ainda não decolou no Brasil mesmo após as alterações trazidas pela lei 14.801/24 e decreto 11.964/24, cenário este que certamente mudará tendo em vista os benefícios inerentes a utilização de tal forma de obtenção de crédito.

A propósito, uma das principais vantagens das debêntures de infraestrutura é o incentivo fiscal, sendo certo que os rendimentos destes títulos são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas e para alguns investidores institucionais, como os fundos de pensão.

Essa isenção aumenta a atratividade do investimento, resultando em um maior volume de recursos direcionados a projetos essenciais para o desenvolvimento do país.

As debêntures de infraestrutura geralmente têm prazos mais longos, refletindo a natureza dos projetos que financiam, que costumam ter longos períodos de maturação.

A rentabilidade pode ser pré-fixada, pós-fixada (indexada a indicadores como o IPCA ou o CDI) ou híbrida. A combinação de prazos longos e incentivos fiscais pode proporcionar retornos atrativos para investidores de perfil conservador e de longo prazo.

Vejamos algumas vantagens da utilização desse instrumento financeiro pelos agentes do mercado:

PARA OS INVESTIDORES:

PARA AS EMPRESAS EMISSORAS:

PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO:

Apesar das vantagens, as debêntures de infraestrutura também apresentam riscos que devem ser considerados pelos investidores:

Ao que se vê, as debêntures de infraestrutura representam uma alternativa interessante para investidores que buscam diversificação, isenção fiscal e retornos atrativos, ao mesmo tempo que contribuem para o desenvolvimento do país, realçando-se que se apresenta como uma ferramenta interessante e viável para reconstrução de diversas cidades no Rio Grande do Sul, as quais foram devastadas pela tragédia ocorrida.

Para o investidor, é crucial avaliar cuidadosamente os riscos associados e a capacidade da empresa emissora de cumprir suas obrigações financeiras. Com uma análise criteriosa e uma estratégia bem definida, esses títulos podem ser uma adição valiosa a um portfólio de investimentos.

Edyen Valente Calepis
Sócio do escritório Ernesto Borges Advogados, com ampla experiência em Direito Securitário, Administrativo e Consumerista. Possui cerca de 25 mil ações em todo território nacional, inclusive perante o Superior Tribunal Justiça. Bacharel em administração de empresas pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Bacharel em Direito pela Universidade Católica Dom Bosco, Pós-graduado em Direito Civil e Processual Civil pela Universidade Anhanguera e Pós-graduando em Direito Empresarial pelo Insper. Atua nas áreas de Securitário, Administrativo, Consumidor, Cível e Infraestrutura.

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