O acesso à internet e a popularização de plataformas online crescem no Brasil tão exponencialmente quanto às modalidades de engenharia social.
Disfarçado como investimento altamente lucrativo ou oportunidade de trabalho que promete remuneração extraordinária, o “Golpe da Tarefa” ou “Golpe da Renda Extra” tem se propagado, chamando a atenção de autoridades policiais e entidades interessadas, dadas as inúmeras vítimas que tem feito.
Para aplicação do golpe, em regra, aciona-se as vítimas por meio de aplicativos de mensagens, oferecendo proposta de “trabalho” online para empresa de marketing digital, cujas principais atividades correspondem a pequenas tarefas diárias como seguir determinados perfis em redes sociais, curtir fotos, assistir a vídeos (o chamado “Movie Tagger”), e fazer comentários, e a recompensa varia entre R$ 100,00 a R$ 1.500,00 por dia.
Como forma de gerar credibilidade, inicialmente os golpistas chegam a pagar comissões pelas tarefas em baixos valores, até que oferecem a oportunidade de gerar receitas mais elevadas através da “tarefa pré-paga”, em que a vítima deve realizar um pagamento à empresa com promessa de retorno do valor do mesmo dia, com rentabilidade de cerca de 50%.
Para tanto, a vítima é incluída em grupo de WhatsApp, que a manipula através do envio de comprovantes de pagamento recebidos após a realização das tarefas, persuadindo o envolvido a acreditar na legitimidade da proposta, residindo aí a aplicação do golpe, já que a vítima, após o investimento, é excluída do grupo e bloqueada, carregando consigo o prejuízo financeiro correspondente ao valor investido.
Inúmeras são as promessas atrativas que têm feito diversos brasileiros amargarem prejuízos financeiros, razão por que é crucial lembrar que as promessas de retornos financeiros excepcionais com pouco ou nenhum risco devem ser vistas com suspeita.
No “Golpe da Tarefa” ou “Golpe da Renda Extra” promete-se que para um investimento de R$1.000,00 o retorno obtido é de R$1500,00 no mesmo dia. Qual investimento rende 50% ao mês? Quanto mais ao dia!
Por isso, pesquisa exaustiva da empresa de marketing e seu funcionamento em fontes confiáveis e independentes, verificação de avaliações, conferência se a empresa está registrada em órgãos reguladores, se há registros comerciais, licenças e outras formas de autenticação, além, é claro, de pesquisar se de fato a pessoa que está fazendo o contato possui vínculo com a empresa, são exemplos de medidas de prevenção a serem adotadas antes de aderir a propostas nesse sentido.
E, superadas as medidas preventivas, caso caia em um golpe, é fundamental comunicar imediatamente às autoridades policiais através do registro de Boletim de Ocorrência e a instituição financeira da qual é correntista para mitigar os prejuízos.
Segundo informações divulgadas pela FEBRABAN, os Bancos investem quase R$ 4 bilhões ao ano em sistemas de tecnologia voltados para segurança para garantir a tranquilidade de seus clientes em suas transações financeiras cotidianas, mas, infelizmente, parte fundamental da segurança dos serviços depende de atitudes perspicazes do consumidor.