Migalhas Quentes

Resultado de Sorteio de obra "Trabalho de Mulher: Mitos, Riscos e Transformações"

12/5/2008


Sorteio da obra

Migalhas tem a honra de sortear a obra "Trabalho de Mulher: Mitos, Riscos e Transformações" (248 p.), organizada por Adriane Reis de Araújo e Tânia Fontenele-Mourão, gentilmente oferecida pela Editora LTR.

Sobre a obra:

O livro reúne 16 artigos de 18 autoras convidadas pelo destaque no trabalho que desenvolvem em várias áreas. Nele são abordados os avanços e obstáculos quando a mulher se insere no mercado de trabalho e é aberta a discusão sobre o papel feminino na sociedade e as dificuldades de ascensão na vida profissional.

Essa obra multidisciplinar oferece um quadro mais abrangente da situação da trabalhadora no Brasil. Aqui a voz feminina rompe com o esteriótipo do "trabalho de mulher" e promove o debate pela efetiva igualdade de gênero no mercado de trabalho.


"Foi ao som do violino que este livro começou a nascer. Na espera por nossos filhos, nas aulas de música para crianças, descobrimos afinidades no interesse pela pesquisa do universo feminino, em especial no que se refere à participação da mulher no mercado de trabalho no Brasil. A idéia do livro surgiu da vontade de contribuir para o aprofundamento das discussões sobre as transformações econômicas e sociais enfrentadas pelas trabalhadoras na atualidade.

Transformações que se refletem em temas multifacetados do Direito, da Psicologia Social, da Antropologia, da Educação Infantil, da Comunicação Social e das relações de gênero. Partindo do imaginário popular composto dos mitos nas religiões brasileiras, base para a formação de nossa compreensão sobre o papel de mulher no mundo, encontramos nesse livro, denúncias de discursos e práticas que reforçam a discriminação de gênero (mesmo internas ao discurso feminista dominante) e estratégias utilizadas para o enfrentamento do problema.

A definição da data mundialmente comemorativa do Dia da Mulher é cercada por mitos e contradições. É corrente a atribuição do dia 8 de março em homenagem a 130 trabalhadoras da indústria têxtil nova-iorquina que, no ano de 1857, teriam morrido em um incêndio dentro da fábrica após violenta repressão ao seu movimento grevista, inclusive com apoio policial. Contudo, não há documentos a confirmar esse acontecimento. Nos registros da cidade de Nova Iorque, por outro lado, há o relato de um incêndio ocorrido na empresa Triangle Shirtwaist Company em 1911 que marcou a cidade. No dia 25 de março daquele ano, sábado à tarde, aproximadamente 140 trabalhadoras morreram em decorrência do fogo iniciado no teto do prédio, em cujo 8º e 10º andares se situava o estabelecimento fabril mencionado. Impedidas de sair do local pelas portas externas trancadas, muitas trabalhadoras pularam para a morte no afã de escapar das labaredas. Boa parte das vítimas eram adolescentes (com cerca de 15 anos), imigrantes italianas e judias. As péssimas condições de trabalho naquela fábrica já eram conhecidas e haviam sido denunciadas publicamente pelas operárias em manifestações de 1909, apoiada pela Women’s Trade Union League. As investigações em torno das causas do incêndio afastaram os proprietários do estabelecimento de qualquer responsabilidade, porém resultaram na revisão trabalhista americana, com aprimoramento das regras pertinentes à segurança do trabalho. O mito urbano de 1857, de toda sorte, merece destaque ao sintetizar a desigualdade e crueldade no trato da mão-de-obra livre pelos proprietários contratantes e autoridades públicas, até o advento do Estado de Bem-Estar Social. Reafirma-se, assim, a compreensão do mito como a expressão de uma certa maneira de se perceber o mundo.

Os eventos históricos relativos a essa data se equiparam em intensidade ao mio referido. Segundo dados da ONU, a Instituição do Dia da Mulher, como data internacional, foi deliberada por unanimidade com o voto de mais de 100 mulheres de 17 países na Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, realizada em Copenhagen, em 1910, sem qualquer definição do dia, sendo celebrado entre o último domingo de fevereiro e meados de março em diversos pontos do globo. Em 1917, após 2 milhões de soldados russos mortos na I Guerra Mundial, as mulheres daquele país marcharam clamando por “pão e paz”, a despeito da oposição dos líderes políticos locais. Nos quatro dias subseqüentes, cai o regime czarista e o governo provisório instalado assegura o direito de voto feminino. A reivindicação das mulheres russas ocorreu no dia 23 de fevereiro do calendário Juliano, então vigente naquele país, o qual corresponde ao dia 8 de março do calendário gregoriano, seguido no ocidente. Desde então o Dia Internacional da Mulher é comemorado no dia 8 de março.

A presente obra tem o intuito de marcar de forma comemorativa os 90 anos de definição da data e avançar no debate em torno da situação da trabalhadora brasileira. Para isso foram convidadas profissionais dedicadas ao estudo do tema, em diversas áreas da ciência e dos ramos do Direito, de maneira a se obter ao final um quadro mais abrangente do cenário e dos riscos que cercam nossa protagonista. Foram igualmente incluídos trabalhos de destaque em campos ainda emergentes, desenvolvidos por mulheres, apresentando-se como exemplos de transformações sociais promovidas também em espaços não-feminizados, rompendo com estereótipo do “trabalho de mulher”. A escolha apenas de autoras teve o objetivo de dar voz às próprias mulheres na reflexão do problema, de sorte que as convidadas, nesse aspecto, fundem em si os papéis de narradoras e personagens. Esse livro, longe de ser uma compilação de textos, define-se melhor como uma obra conjunta escrita a várias mãos, na qual ficam mais nítidos os contornos da protagonista, de suas dificuldades, conquistas e realizações a cada capítulo."

Sobre as organizadoras:

Tânia Fontenele-Mourão é mestre e doutoranda em Psicologia pela Universidade de Brasília (UnB).

Adriane Reis de Araújo é Procuradora Regional do Trabalho em Brasília.

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 Resultado :

  • Micheli Cristina da Silva Cerchiari, do grupo Camargo Corrêa em Santa Bárbara d'Oeste/SP

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