Ataque
Advogado de multinacional é morto com 2 tiros na garagem de sua casa em SP
Segundo uma testemunha, um rapaz com trajes de surfista e boné entrou na garagem pouco depois das 16h, logo que Borges chegou, quando o primeiro dos dois portões elétricos da casa se fechava. Dois carros pratas, um Fiesta com vidros escurecidos e um Corolla, davam cobertura em duas esquinas do quarteirão da casa do advogado.
Vizinhos que conversavam em frente a uma casa próxima à do advogado ouviram dois estampidos. Na seqüência, viram o rapaz de boné pular o portão e fugir no Fiesta, que foi seguido pelo Corolla. Borges gritou pedindo ajuda. Foi encontrado no chão, com as mãos no pescoço, ao lado da Pajero. Os vizinhos, com medo, chamaram a segurança local, que socorreu Borges. Policiais militares também prestaram socorro e o levaram ao Pronto Socorro da Lapa, mas Borges morreu no caminho.
Um amigo do advogado contou à polícia que Borges temeu ser seqüestrado no início do ano e que a Dow Brasil contratou seguranças para acompanhá-lo por três semanas. Ele teria suspeitado de dois homens em um restaurante que o teriam filmado de um celular, na mesa ao lado, por algum tempo.
O irmão da vítima disse informalmente aos investigadores do 14º Distrito Policial que Borges era bastante reservado e nunca reclamou de qualquer ameaça.
O delegado João Batista Araújo, responsável pela investigação, acredita que o grupo assaltaria a casa e que o assassino disparou por temer uma reação de Borges. "Não está descartada a execução, mas para mim foi uma tentativa de roubo. Ele percebeu algo estranho e ao tentar sair do carro o bandido disparou". O delegado disse que pediu as fitas de vídeo de algumas casas da região e vai analisá-las para apurar o caso. "Poderemos ao menos identificar os carros".
Em nota a empresa declarou apoio à família de Borges e lamentou a morte de "profissional tão respeitado pelos colegas". O presidente da OAB/SP – Luiz Flávio Borges D’Urso – lamentou o caso e pediu apuração rápida do assassinato do advogado.
"A violência faz a terceira vítima entre os advogados este ano. Um colega de apenas 38 anos, formado pela Faculdade de Direito da USP (OAB 122401), com uma carreira promissora. Ainda não estão claras as circunstâncias de sua morte e se há ligação com o exercício profissional. No entanto, a Comissão Especial para Acompanhamento de Inquéritos de Advogados Vítimas de Homicídio da OAB/SP, presidida por Marco Aurélio Vicente Vieira, que conta com disque-denúncia e um grupo interdisciplinar de inteligência estratégica, irá acompanhar o inquérito e auxiliar a Polícia no que for possível", comentou D’Urso. Essa comissão conta com um disque-denúncia (11) 3244-2013, 3244-2014 e 3244-2015.
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