Em uma ação conjunta de inteligência, a Polícia Militar de Goiás prendeu um advogado suspeito de falsificar a assinatura de desembargadora do TJ/SP para libertar preso ligado ao crime organizado. O advogado, Augusto Cesar Moraes Casaro, de 48 anos, era o último dos suspeitos foragidos.
Outros dois envolvidos no esquema, o empresário Sandro Moretti, de 47 anos, e o também advogado José Pedro Cândido de Araújo, já haviam sido presos.
Os envolvidos foram denunciados por associação criminosa, falsificação e uso de documentos falsos. A ação conjunta que levou à prisão de Casaro é parte dos esforços contínuos das autoridades para combater o crime organizado e as tentativas de manipulação do sistema Judiciário.
De acordo com a denúncia apresentada à Justiça, Sandro Moretti, que não possui registro na OAB, montou um escritório e utilizou o certificado digital de Casaro para inserir documentos falsos no sistema eletrônico do TJ/SP.
Os documentos falsificados incluíam a assinatura de uma desembargadora, utilizada para tentar libertar Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como Fuminho, um dos líderes do PCC.
O esquema foi descoberto quando se verificou que o endereço IP utilizado para enviar os documentos ao sistema pertencia ao falso advogado, localizado em Presidente Prudente, no extremo oeste de São Paulo.
Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, está preso desde 2020 na Penitenciária Federal de Brasília. Ele havia fugido da cadeia do Carandiru em 1999 e foi recapturado 20 anos depois em Moçambique, na África.
Fuminho é considerado um dos principais traficantes de drogas do PCC e possui uma condenação de 26 anos e 11 meses de prisão por tráfico, além de estar envolvido em outros crimes graves.