Migalhas Quentes

Homem que estava inadimplente antes de apagão não será indenizado

Para relatora, documentos juntados pela empresa comprovam que a residência do consumidor estava com o fornecimento de energia suspenso antes dos apagões sofridos na cidade.

9/3/2024

Companhia elétrica não deve indenizar homem inadimplente que ficou sem energia em casa durante apagão em sua cidade. A decisão é da 3ª turma Recursal do TJ/AM, que suspendeu indenização deferida em 1º grau, visto que o consumidor estava com o fornecimento de energia suspenso por inadimplência antes do ocorrido.

Nos autos, o consumidor afirmou que em setembro de 2019 a cidade que reside, em Santa Isabel do Rio Negro/AM, sofreu apagão geral de energia por duas semanas seguidas e, posteriormente, contou com constantes quedas por mais de 30 dias

Narra que sofreu com todo o ocorrido, pois não conseguiu se alimentar, não dormia por causa do calor e não pôde se higienizar adequadamente.

Em sua defesa, a companhia sustentou que a ação se deu com mais de três anos após o ocorrido, “razão pela qual o direito da parte autora encontra-se consumido pela decadência”. Além disso, a companhia apresentou documentos comprovando que, anteriormente ao apagão, a residência do homem já estava com energia suspensa, visto que havia débitos em aberto.

Distribuidora não indenizará homem que ficou sem energia por débitos.(Imagem: Freepik)

Em 1º grau, magistrado entendeu que não se pode considerar “normal” a falta de energia elétrica por duas semanas consecutivas, visto que este é um serviço essencial, pois se trata de bem que é utilizado para segurança, trabalho, higiene e até para a sobrevivência das pessoas, devendo ser um serviço contínuo, por força de lei 8.987/95. Nesse sentido, julgou o pedido parcialmente procedente e condenou a companhia a indenizar o consumidor em R$ 5 mil por danos morais.

Em recurso, a relatora do caso, Lídia de Abreu Carvalho Frota, observou que os documentos juntados pela empresa comprovam que a residência do consumidor estava com o fornecimento de energia suspenso por débidos antes dos apagões sofridos na cidade. Assim, deu provimento a fim de reformar integralmente a sentença em 1º grau e julgar improcedente os pedidos do consumidor.

O escritório FM&V Advocacia atua no caso.

Confira aqui a decisão.

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