Xeque
Todas as notícias da operação deflagrada pela PF
A ação teve como objetivo cumprir Mandados de Busca e Apreensão e Mandados de Prisão Temporária contra envolvidos em crimes como contrabando, corrupção e tráfico de drogas. Até o final da tarde foram presas 77 pessoas: MS (56), SP (16), PR (2), MT(1), RO (1), e DF (1).
Durante as investigações surgiram "alvos" comuns nos dois inquéritos e suas ações coincidiam nos atos criminosos dos grupos ligados à "máfia dos caça-níqueis". O primeiro inquérito policial tinha por objetivo apurar a prática de contrabando e descaminho de componentes eletrônicos para a utilização em máquinas caça-níqueis. Investigaram-se as atividades ilícitas de cinco organizações criminosas que agiam nos estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Rondônia, atuando na importação ilegal de componentes eletrônicos, na exploração ilegal de jogos de azar e na corrupção de agentes públicos, principalmente policiais. Constatou-se a prática de crimes de contrabando e descaminho, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, sonegação fiscal, formação de quadrilha, tráfico de influência e exploração de prestígio.
O segundo inquérito policial visava apurar a corrupção de policiais civis e seu possível envolvimento com tráfico de drogas no estado do Mato Grosso do Sul, mais especificamente no município de Três Lagoas/MS. Nas investigações constatou-se que sete policiais civis de Três Lagoas/MS praticaram crime de corrupção passiva, bem como o envolvimento destes policiais em outras modalidades criminosas, tais como comércio ilegal de armas de fogo e tortura. Os investigadores acompanharam ainda a ação de estelionatários, de uma quadrilha especializada no furto e desmanche de caminhonetes, além da ação de grupos criminosos que exploram o jogo de azar por meio de máquinas caça-níqueis na região de Três Lagoas/MS e no interior do estado de São Paulo. Esses "quadrilheiros" pagavam propina aos policiais civis para continuarem agindo impunemente na região. Entre os crimes praticados estavam estelionato, tráfico de influência, exploração de prestígio, extorsão, receptação, contrabando e descaminho, usura, entre outros.
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Xeque-mate no noticiário:
- Folha de S. Paulo
O irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Genival Inácio da Silva, o Vavá, foi indiciado por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio no Judiciário.
A Polícia Federal realizou ontem busca e apreensão na casa de Genival, em São Bernardo, no ABC Paulista. A Operação Xeque-Mate, deflagrada nos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Rondônia e Minas Gerais, prendeu 77 pessoas acusadas de envolvimento em crimes como contrabando de peças para máquinas caça-níqueis, corrupção e tráfico de drogas. A PF pediu a prisão de Vavá, mas a Justiça indeferiu o pedido alegando que o tráfico de influência e a exploração de prestígio não beneficiaram a máfia dos caça-níqueis e que ele não faria parte da quadrilha.
O presidente Lula elogiou o trabalho da Polícia Federal realizado na Operação Xeque-Mate, mas disse não acreditar no envolvimento de seu irmão com o esquema. "Não acredito que ele tenha envolvimento com qualquer coisa. Agora, como presidente da República, se a Polícia Federal tinha uma autorização judicial e o nome dele aparecia, paciência", disse na Índia.
Lula afirmou ainda não ter conversado com o irmão sobre o caso. "Eu sei poucos detalhes, as pessoas ainda não foram ouvidas. O que peço é que a polícia tenha serenidade nas investigações para que a gente não condene inocentes e não venha a absolver culpados", afirmou.
O primeiro inquérito policial tinha por objetivo apurar a prática de contrabando e descaminho de componentes eletrônicos para a utilização em máquinas caça-níqueis. A suposta quadrilha --que agia nos Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Rondônia-- pratica os crimes de contrabando e descaminho, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, sonegação fiscal, formação de quadrilha, tráfico de influência e exploração de prestígio.
O segundo inquérito policial apurava a corrupção de policiais civis e seu possível envolvimento com tráfico de drogas no Estado do Mato Grosso do Sul. Segundo a PF, surgiram "alvos" comuns nos dois inquéritos e suas ações coincidiam nos atos criminosos dos grupos ligados à "máfia dos caça-níqueis".
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O Estado de S. Paulo
A Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal, que investiga tráfico de influência e uma máfia ligada a caça-níqueis, bateu ontem à porta da residência do irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Genival Inácio da Silva, o Vavá, em São Bernardo do Campo/SP.
Os agentes pegaram os parentes do presidente de surpresa, mas segundo a própria família não houve arbitrariedade. “Eles não acharam nada, graças a Deus, e foram embora”, disse Maria da Silva, mulher de Vavá. Quatro federais chegaram às 6h no modesto sobrado de portões altos pintados de preto da Vila Paulicéia, bairro de classe média. Durante cerca de três horas, eles vasculharam a casa de dois quartos, sala, cozinha e dois banheiros.
A Xeque-Mate, segundo balanço divulgado pela Polícia Federal, capturou 77 pessoas em seis Estados - São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Rondônia, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Cerca de 600 agentes foram mobilizados. Entre os presos estão empresários, advogados e policiais civis e militares acusados de receber propinas para facilitar as atividades da organização.
Foi preso também Dario Morelli Filho, secretário do Meio Ambiente de Diadema (Grande São Paulo). Seu nome consta da relação dos “Amigos do Zé Dirceu” - lista de pessoas que defendem a anistia do ex-deputado petista cassado no escândalo do mensalão. Ele já atuou na Secretaria de Desenvolvimento e Economia. Cuidava dos sacolões e tinha base operacional no Jardim Campanário.
O ex-deputado estadual Roberto Razuk (ex-PFL-MS) foi detido. Já o ex-deputado federal pelo Paraná Nilton César Servo (PSB) escapou - os federais chegaram à sua casa às 7 horas, mas só a mulher e o filho dele estavam lá.
VALORES
A Polícia Federal explicou que o trabalho estava concentrado no contrabando e, depois, apurou suposto esquema de corrupção de policiais e envolvimento com tráfico de drogas e tortura.
A Xeque-Mate identificou cinco quadrilhas ligadas a importação e exploração de caça-níqueis. A máfia era comandada por três advogados, que controlavam toda a parte operacional do esquema e o pagamento de propinas. Os equipamentos eletrônicos usados nas máquinas chegavam ao Brasil pelo Porto de Santos, eram discriminados como peças de computador e transportados para Mato Grosso do Sul. Segundo a Polícia Federal, o esquema rendia às ramificações da organização de jogos de azar pelo menos R$ 250 mil por dia. A propina paga a policiais e advogados variava entre R$ 2 mil e R$ 10 mil.
Segundo o coordenador da operação, delegado Alexandre Custódio, foram apreendidas dezenas de carros de luxo e caminhões, além de quantia ainda não calculada de ouro, dólares, reais e caça-níqueis. Um escritório da quadrilha, em Votorantim, no interior de São Paulo, foi fechado.
GRAMPO
A missão que aponta para o irmão do presidente Lula resulta de dois inquéritos policiais comandados pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Fazendários da Superintendência Regional da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul. A PF identificou alvos comuns nos dois inquéritos e grampeou 120 suspeitos.
“Não sei se o grampo foi (no telefone) dele (Vavá) ou no do Dario”, disse Edson Inácio Marin da Silva, filho mais velho de Vavá. “Talvez uma pessoa que tenha relação com caça-níquel.” Questionado se Morelli Filho já tinha trabalhado como uma espécie de faz-tudo para a primeira-dama, Marisa Letícia, o sobrinho de Lula disse: “Essa informação é para fazer pipa.”
“Não apreenderam nada na casa do meu pai, é mentira que a PF levou computador”, afirmou Edson Inácio. “Da casa do meu pai não saiu nada. Ele mal sabe ler ou escrever.”
A equipe policial exibiu mandado de busca e apreensão da 5ª Vara Federal/MS. Na casa, além de Vavá, estavam a mulher dele e uma filha. Ao ser indagado sobre o que acha de a Polícia Federal fazer blitz na casa do irmão do presidente, Edson declarou: “É grave, uma coisa constrangedora.”
Ele disse que hoje vai contratar um advogado para verificar na Justiça o que consta contra seu pai. “Os policiais procuraram computadores, acharam apenas o de minha irmã. Não levaram nada, a não ser um papel com um pedido de aposentadoria de uma pessoa que deixou aqui há muito tempo.”
Segundo Edson, os policiais disseram que havia alguns grampos que ligavam o nome de seu pai a pessoas que negociam máquinas caça-níquel.
“PARA BOI DORMIR”
Edson afirmou que seu pai “não tem nada” em Mato Grosso do Sul. “Foi uma grande surpresa, um choque mesmo para todos nós porque não temos idéia do que é”, afirmou. “Meu pai não tem nenhuma ligação com máquina caça-níquel, não faz tráfico de influência, pára com isso. Meu pai nunca esteve em Mato Grosso do Sul, pelo menos nos últimos quatro anos que eu saiba.”
O filho negou que Vavá mantenha um escritório de lobby. “É conversa para boi dormir.” Edson disse que Dario Morelli, um dos presos da Xeque-Mate, é amigo da família. “Ele é amigo nosso, uma pessoa que a gente conhece há muitos anos. Conheço ele das festas do PT.”
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Correio Braziliense
A Polícia Federal prendeu ontem 77 pessoas suspeitas de envolvimento com a exploração do jogo ilegal, contrabando, corrupção e tráfico de drogas. Durante a operação, deflagrada no início da manhã, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Genival Inácio da Silva, irmão mais velho do presidente da Luiz Inácio Lula da Silva.
Genival foi surpreendido às 6h pela chegada de quatro agentes federais à sua residência, em São Bernardo do Campo (SP). Edson Inácio, filho de Genival, confirmou, por telefone, a presença da polícia na casa. Ele afirmou desconhecer o motivo da busca e que soube pela imprensa se tratar de um inquérito policial do Mato Grosso do Sul. Edson anunciou que providenciará hoje um advogado para se inteirar sobre o caso e garantiu, inicialmente, que os agentes da PF deixaram o local de mãos abanando. Mais tarde, confrontado com a informação de que a Polícia Federal divulgara a apreensão de um HD (memória) de um computador, o filho de Genival disse que os agentes haviam levado apenas duas folhas de papel. “Eles não acharam nada do que estavam procurando”, disse, sem precisar o que estaria sendo procurado.
O Palácio do Planalto foi informado sobre a medida judicial e tentou avisar o presidente Lula, que cumpre visita oficial à Índia. Mas, como ainda era madrugada no Oriente Médio, o presidente estava dormindo. Mas o ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, e também o ministro da Justiça, Tarso Genro, disseram que a PF tem liberdade para investigar qualquer pessoa. “A operação é livre. É acompanhada pelo Ministério Público”, comentou Mares Guria. Mas ele observou que as primeiras investigações não podem levar à condenação. “Você não pode condenar ninguém à priori. Todo mundo tem direito a se defender”, disse.
Dois anos atrás, em meio ao escândalo do mensalão, Genival foi alvo de denúncias de que manteria um escritório em prédio comercial no centro de São Bernardo, onde supostamente intermediaria demandas de empresários em prefeituras petistas, estatais e no governo federal. Por duas vezes a oposição cogitou convocá-lo a depor na CPI dos Bingos, em 2005.
O filho de Genival citou ontem como uma hipótese para a operação da PF em sua casa o relacionamento próximo de seu pai com Dario Morelli Filho, um dos 16 presos pela Xeque-Mate em São Paulo. Dario é funcionário da Prefeitura de Diadema, comandada pelo PT, e, segundo informação veiculada pela Agência Globo, sem confirmação oficial, teria trabalhado como segurança do candidato Lula na campanha presidencial de 1994. O Palácio do Planalto contestou essa informação.
Dois inquéritos
A operação batizada de Xeque-Mate teve como alvos empresários e servidores públicos, incluindo policiais civis e militares. Só em Mato Grosso do Sul, onde a investigação foi centralizada pela PF, 56 suspeitos foram colocados atrás das grades. A polícia também realizou prisões, além de buscas e apreensões de equipamentos e documentos, nos estados de Mato Grosso, São Paulo, Rondônia, Minas Gerais e Paraná. O inquérito corre sob segredo de Justiça Federal.
A Xeque-Mate se originou de dois inquéritos. No primeiro, a PF apurou suspeitas de contrabando de componentes eletrônicos para a utilização em máquinas caça-níqueis. Levantou-se indícios de outros crimes, como falsidade ideológica, corrupção, tráfico de influência, sonegação fiscal, formação de quadrilha e tráfico de influência. Os investigadores identificaram a existência de cinco grupos, compostos por empresários e servidores públicos, muitos deles policiais civis e militares.
Os policiais são acusados de cobrança e recebimento de propina de criminosos, facilitação de contrabando de armas e prática de tortura. Numa segunda vertente da investigação, a PF identificou a ação de uma quadrilha especializada no furto e desmanche de caminhonetes. Entre os crimes praticados pela organização criminosa estão estelionato, tráfico de influência, exploração de prestígio, extorsão e receptação. A PF mobilizou 600 homens para cumprir 85 ordens de prisão, além de 50 mandados de busca e apreensão de documentos.
6 estados
foi a abrangência da operação (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Rondônia e Minas Gerais)
77 pessoas
foram presas
50 mandados
de busca e apreensão também emitidos pela Justiça
600 agentes
federais participaram da ação
87 mandados
de prisão foram expedidos
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O Globo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira, em Nova Délhi, na Índia, que não acredita que seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, esteja envolvido com irregularidades investigadas pela Operação Xeque-Mate. Lula, no entanto, elogiou a investigação da Polícia Federal, que, na segunda-feira, deflagrou a operação e prendeu 77 pessoas acusadas de envolvimento em crimes como contrabando de peças para caça-níqueis, corrupção e tráfico de drogas. A Polícia Federal chegou a pedir a prisão de Genival, mas ela foi negada pela Justiça. ( Confira na íntegra o que disse o presidente )
- Não acredito que ele tenha envolvimento com qualquer coisa. Agora, como Presidente da República, se a Polícia Federal tinha uma autorização judicial e o nome dele aparecia, paciência. Todos nós estaremos submetidos às investigações que sejam feitas para apurar qualquer delito cometido no Brasil. É preciso fazer a distinção correta e esperar que sejam feitas as investigações. Vamos aguardar - afirmou o presidente.
Cumprindo mandado, a PF apreendeu na segunda-feira arquivos de computador na casa de Vavá, em São Bernardo do Campo. O irmão mais velho do presidente foi incluído nas investigações depois que uma escuta telefônica revelou que ele manteve contato com um dos envolvidos na máfia dos caça-níqueis.
Lula soube na manhã desta terça que o irmão estava sendo investigado e disse que ainda não havia conversado com ele.
- Sei poucos detalhes, é recente. As pessoas ainda não foram investigadas, ouvidas. Não estou sabendo de muita coisa. Se a pessoa fala pelo telefone, se há uma escuta para te investigar, e se depois pegam outra pessoa conversando com você, ora, todos estarão suspeitos até que se prove o contrário. Essa e a lógica - disse Lula.
Ainda para o presidente, quem foi culpado terá de ser punido. Lula qualificou o trabalho da PF de extraordinário, mas repetiu diversas vezes que acredita na inocência do irmão.
- O que peço é que a polícia tenha serenidade nas investigações para que a gente não condene inocentes e não venha a absolver culpados - afirmou.
O presidente também comentou sobre a prisão de Dario Morelli Filho, assessor técnico da Empresa de Saneamento e Água da Prefeitura de Diadema (SP), administrada pelo PT. Segundo informações de petistas da cidade, não confirmadas pelo Palácio do Planalto, Dario trabalharia também como segurança de parentes de Lula. Informado pela imprensa sobre a prisão, Lula revelou que conhece o assessor.
- Sou padrinho do filho dele. Fui informado de que talvez ele tivesse na lista, mas depois não conversei mais com o Tarso. Se (ele) foi preso, será investigado, interrogado e depois haverá um veredito - disse o presidente.
Em Fortazela, o ministro da Justiça, Tarso Genro, defendeu a ação da PF e disse que o cumprimento de mandado de busca e apreensão na casa do irmão de Lula prova que a Polícia Federal não faz perseguição política.
- Isso uma resposta às críticas da PF. Quando estas ordens saem, ela não têm coloração partidária. Aliás, não tem nenhum partido sendo investigado, não tem nenhuma bancada sendo investigada. O que são investigado são delitos que envolvem pessoas que ocupam ou não cargos públicos. Num processo republicano, não existe irmão, parente ou graduação. Cumpre-se o mandado, e foi cumprido rigorosamente dentro da lei. Este é um cumprimento que prestigia o estado democrático de direito e o próprio presidente da república - afirmou
Presos são transferidos e depõem nesta terça-feira
Os 77 presos pela pela Operação Xeque-Mate nesta segunda-feira já estão em Mato Grosso do Sul, onde prestarão depoimentos. Nesta madrugada, os homens presos foram transferidos para o presídio Federal de Mato Grosso do Sul, construído este ano, enquanto as mulheres detidas passaram a noite na sede da PF.
Nesta terça-feira, os agentes da Polícia Federal vão catalogar os materiais apreendidos: documentos, computadores, jóias, barras de ouro e dólares. A polícia também tentará abrir o cofre apreendido na casa do ex-deputado estadual do Paraná Nilton César Servo. Segundo a PF, donos de caça-níqueis pagavam propinas a policiais para que deixassem de fiscalizar a jogatina. A quadrilha faturava por mês cerca de R$ 7 milhões.
A Operação Xeque-Mate foi realizada em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Rondônia e Minas Gerais e Distrito Federal. Somente em Mato Grosso do Sul, 56 suspeitos foram detidos. A PF também prendeu 16 pessoas em São Paulo, duas no Paraná, e três em Rondônia, Mato Grosso e Distrito Federal.
Entre os acusados, estão oito policiais civis, três policiais militares, dois tenentes-coronéis. As prisões, determinadas pelo juiz da 5ª Vara Federal de Campo Grande (MS), Dalton Igor Kita Conrado, são temporárias, válidas por cinco dias, podendo ser prorrogadas por mais cinco, caso a Justiça autorize. Ao todo, eram 87 mandados de prisão e 50 de busca e apreensão.
Agentes permanecem duas horas na casa de irmão de Lula
No início da noite desta segunda-feira, o delegado Alexandre Custódio, que comandou a ação, confirmou que um dos mandados de busca e apreensão cumpridos durante referia-se ao irmão do presidente. Segundo um dos filhos de Vavá, Edson Inácio da Silva, os policiais chegaram por volta das 6h, informando que o mandado integrava uma investigação de combate ao uso de máquinas caça-níqueis. Os agentes permaneceram cerca de duas horas na casa, em São Bernardo do Campo.
No momento, estavam na casa Genival, a mulher dele e uma filha. Arquivos do computador da casa de Vavá foram apreendidos, mas a polícia não revelou o conteúdo do material nem o grau do suposto envolvimento de Genival com a quadrilha. Segundo Edson, o pai teria sido envolvido por ter conversado por telefone com alguém envolvido com a máfia dos caça-níqueis. Ele nega que a PF tenha levado qualquer documento ou arquivo.
- Eles ficaram por mais de duas horas aqui , umas duas horas e meia ou um pouco mais. Fizeram uma série de perguntas, mas não disseram sobre o que era, na verdade. Vasculharam a casa mas não levaram nada, porque não tinha nada pra levar - disse.
Uma hora depois, por telefone, ele deu outra versão:
- Não era nada que seja importante. Nada que tenha alguma relevância. Eram duas folhas de papel que estavam numa pilha de papel que tem aqui com currículo e essas coisas, que a gente recebe todos os dias. Nada que tenha alguma importância - sustentou.
Para o filho de Vavá, o motivo da busca seria uma conversa telefônica entre o pai e uma pessoa monitorada pela Operação Xeque-Mate.
- Uma conversa parece que era com o Nilton, uma pessoa que é lá do Mato Grosso. O Nilton é conhecido do meu pai há uns dez anos.
Edson levantou ainda uma outra hipótese para a busca e apreensão na casa do pai: a amizade dele com Dario Morelli Filho.
- É o que está preso. Dario Morelli, uma coisa assim. Ele é conhecido nosso, há mais de dez anos, muito mais - disse Edson.
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BBC Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta terça-feira, na Índia, que não acredita que seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, esteja envolvido na máfia dos caça-níqueis. Lula, no entanto, elogiou a investigação da Polícia Federal, que, na segunda-feira, deflagrou a Operação Xeque-Mate, para investigar pessoas acusadas de envolvimento em crimes como contrabando de peças para máquinas caça-níqueis, corrupção e tráfico de drogas.
“É um dos melhores irmãos que eu tenho. Uma pessoa que cuida dos problemas de todo mundo que tem problema", disse Lula.
"Não acredito que ele tenha envolvimento com qualquer coisa, não acredito mesmo. Agora, como Presidente da República, se a Polícia Federal tinha uma autorização judicial e o nome dele aparecia, paciência", afirmou.
"Todos nós estaremos submetidos às investigações que sejam feitas para apurar qualquer delito cometido no Brasil. É preciso fazer a distinção correta e esperar que sejam feitas as investigações. Vamos aguardar”.
Cumprindo um mandado de busca e apreensão, a PF apreendeu na segunda-feira arquivos de computador na casa de Vavá, em São Bernardo do Campo.
O irmão mais velho do presidente foi incluído nas investigações depois que uma escuta telefônica revelou que ele manteve contato com um dos envolvidos na máfia dos caça-níqueis.
Lula soube esta manhã que o irmão estava sendo investigado e disse que ainda não havia conversado com ele.
“Eu sei poucos detalhes, é recente. As pessoas ainda não foram investigadas, ouvidas. Não estou sabendo de muita coisa”.
“Se a pessoa fala pelo telefone, se há uma escuta pra te investigar, e se depois pagam outra pessoa conversando com você, ora, todos estarão suspeitos até que se prove o contrário. Essa e a lógica”, disse Lula.
Trabalho extraordinário
Ainda para o presidente, “quem foi culpado terá de ser punido”.
Lula qualificou o trabalho da PF de “extraordinário”, mas repetiu diversas vezes que acredita na inocência do irmão.
“O que peço é que a polícia tenha serenidade nas investigações para que a gente não condene inocentes e não venha a absolver culpados.”
Lula voltou a defender a regulamentação da atividade dos bingos, sem a qual, “vai continuar uma parte legal e outra parte vai ser continuar suspeita de lavagem de dinheiro.
"É preciso definir se proíbe ou não proíbe. Eu, pessoalmente, sou contra”, defendeu o presidente.
Lula disse não acreditar que a investigação de seu irmão piore o clima com a oposição porque “a polícia está se mostrando eficaz e não escolhe partido”.
Pela manhã, Lula teve um encontro com a líder do partido do governo, Sonia Gandhi depois seguiu para um almoço na Embaixada Brasileira em Nova Déli.
Mais tarde, segue para a Alemanha, onde participa da reunião do G8.
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