Migalhas Quentes

Ex-juíza Ludmila Grilo diz que está "exilada" nos EUA

Ela ganhou notoriedade nas redes sociais em janeiro de 2021, ao defender, em plena pandemia, a "aglomeração de pessoas nas praias e festas do litoral brasileiro" com a hashtag #AglomeraBrasil.

4/1/2024

A ex-juíza Ludmila Lins Grilo, aposentada compulsoriamente pelo TJ/MG, anunciou, nesta quarta-feira, 3, que está “exilada” nos Estados Unidos há dois anos, após, segundo ela, vivenciar episódios de perseguição política no Brasil.

Excluída das redes sociais por determinação do STF, a ex-magistrada compartilhou a informação por meio da plataforma Locals.

Ludmila Lins Grilo ganhou notoriedade nas redes sociais em janeiro de 2021, ao defender, para sua audiência de mais de 130 mil seguidores no Twitter na época, a "aglomeração de pessoas nas praias e festas do litoral brasileiro" com a hashtag #AglomeraBrasil. Posteriormente, foi afastada pelo CNJ e acabou sendo aposentada compulsoriamente pelo TJ/MG em maio de 2023. A ex-juíza também foi alvo de investigação devido a ataques aos ministros do STF.

No comunicado publicado, Ludmila menciona que optou por manter sua saída do país em sigilo por mais de um ano e afirma sentir-se segura "na terra da liberdade", justificando sua decisão com a alegação de uma "ditadura que se instalou no Brasil".

“Todo aquele perseguido por ditaduras que escolhe permanecer no país é obrigado a colocar o rabinho entre as pernas e se calar para se proteger. Não é o meu caso. Contem comigo.”

Ela diz também que "toda essa trama envolvendo os atos persecutórios praticados pelo STF, mais especificamente por Alexandre de Moraes, assim como pelo CNJ e TJ/MG foi detalhadamente documentada e entregue às autoridades americanas".

Veja a publicação:

Publicação feita pela ex-juíza.(Imagem: Reprodução)

Deixei meu amado Brasil em 2022.

Mantive tudo em segredo por mais de um ano.

Esse foi meu segundo réveillon nos Estados Unidos da América, a terra da liberdade onde eu escolhi viver, e que caridosamente me acolheu e me protegeu da ditadura que, miseravelmente, se instalou no meu país.

Passei todo esse tempo reorganizando minha vida, e chegou a hora de revelar o que aconteceu.

Sou, oficialmente, uma juíza brasileira em asilo político nos Estados Unidos.

Eu era uma juíza em atividade quando aportei em terras americanas. Em silêncio, continuei exercendo meu trabalho por videoconferência, cumprindo toda a agenda diária da vara criminal. Sofri calada todo tipo de difamação quanto à minha conduta profissional, pois ainda não podia revelar que eu não morava mais no Brasil.

No dia de meu afastamento do cargo, silenciei sobre minha condição de asilada política, pois eu ainda estava me documentando. Além disso, eu ainda tinha bens no país, e era necessário salvaguardá-los.

Toda essa trama envolvendo os atos persecutórios praticados pelo STF, mais especificamente por Alexandre de Moraes, assim como pelo CNJ e TJMG foi detalhadamente documentada e entregue às autoridades americanas.

Da mesma forma, narrei minuciosamente o desprezo que aqueles órgãos tiveram com a minha segurança física, e como eles, maliciosamente, utilizaram-se da minha situação de risco pessoal para atacar a minha honra.

Meus alunos e apoiadores não precisam mais se preocupar: a identidade de vocês não está mais acessível ao Brasil.

Já estou em contato com juristas e jornalistas americanos. Espero, daqui de fora, fazer o que vocês não podem mais fazer daí.

Cada conta de rede social que for bloqueda, cada ataque do STF, cada lawfare, cada ameaça, ainda que virtual, serão utilizados em meus processos nos EUA, e também serão entregues aos profissionais da mídia e da justiça estrangeiros que acompanham meu caso.

Todo aquele perseguido por ditaduras que escolhe permanecer no país é obrigado a colocar o rabinho entre as pernas e se calar para se proteger. Não é o meu caso. Contem comigo.

Que Deus salve nosso país desses tiranos de toga que tomaram de assalto nossa liberdade.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

TJ/MG pune Ludmila Lins Grilo com aposentadoria compulsória

25/5/2023
Migalhas Quentes

CNJ afasta juíza do "#AglomeraBrasil" por não comparecer ao fórum

14/2/2023
Migalhas Quentes

Juíza que incentivou aglomeração diz que CNJ assassinou sua reputação

14/2/2023
Migalhas Quentes

CNJ investigará juíza que criticou STF e divulgou canal bolsonarista

22/9/2022
Migalhas Quentes

CNJ mantém advertência a juíza que incentivou aglomerações na pandemia

3/8/2022
Migalhas Quentes

Juíza do "#AglomeraBrasil" critica metas de produtividade do CNJ

8/4/2021
Migalhas Quentes

Juíza que incentivou aglomerações mantém opinião no CNJ

28/1/2021

Notícias Mais Lidas

TJ/MG revoga liminar e veta transfusão em paciente testemunha de Jeová

15/7/2024

OAB/SP divulga nova tabela de honorários com 45 novas atividades

15/7/2024

TJ/BA anula sentença após juiz dizer que "lugar de demônio é na cadeia"

15/7/2024

Herdeiros que ocupam imóvel exclusivamente devem pagar aluguel

16/7/2024

Litigância predatória: Juiz extingue ação por captação ilícita de clientes

15/7/2024

Artigos Mais Lidos

Inteligência artificial e Processo Penal

15/7/2024

Partilha de imóvel financiado no divórcio

15/7/2024

Advogado, pensando em vender créditos judiciais? Confira essas dicas para fazer da maneira correta!

16/7/2024

O setor de serviços na reforma tributária

15/7/2024

Você sabe o que significam as estrelas nos vistos dos EUA?

16/7/2024