Juíza que incentivou aglomeração diz que CNJ assassinou sua reputação
"Eu já era vítima de uma situação de ameaça de morte e me transformei em vítima de assassinato de reputação promovido institucionalmente", afirmou a magistrada.
Da Redação
terça-feira, 14 de fevereiro de 2023
Atualizado às 20:07
A juíza Ludmila Lins Grilo, do TJ/MG, conhecida por incentivar aglomerações durante a pandemia, manifestou-se durante sessão do CNJ nesta terça-feira, 14. Ela é acusada de não comparecer ao fórum, ter excesso de processos paralisados e baixa produtividade (Processo: 0007298-04.2022.2.00.0000).
Ao sustentar oralmente, a juíza alegou que sua ausência ocorreu devido ao risco de vida que sofria na comarca em que atuava. Segundo a magistrada, tanto o CNJ quanto o TJ/MG demonstraram absoluto desprezo e indiferença à sua integridade física, ela "promoveu sua própria segurança pessoal trabalhando, integralmente, por vídeoconferência".
"O próprio Estado, institucionalmente, tanto o CNJ quanto o TJ/MG utilizaram a situação para reverter a situação e me atacar. Ou seja, eu não tive só os agressores que agrediram a minha vida, eu também tive os agressores institucionais que promoveram o assassinato de reputação."
Assista:
Posteriormente, ao afirmar que não é obrigada a idolatrar cargos públicos, Ludmilla citou passagem bíblica e disse: "a única coisa a quem ela adora é a Deus, a Nosso Senhor Jesus Cristo".
Após a sustentação oral, o plenário do CNJ, por decisão unânime, determinou a instauração de PAD em desfavor da magistrada com o afastamento cautelar de suas funções.
#AglomeraBrasil - Relembre
Ludmila Lins Grilo tornou-se conhecida nas redes sociais no início de janeiro de 2021, quando defendeu, para mais de 130 mil seguidores no Twitter à época, "a aglomeração de pessoas nas praias e festas do litoral brasileiro".
Ludmila divulgou um vídeo de fogos de artifício vistos de uma praia com os dizeres "Feliz Ano Novo!", seguido pela hashtag #AglomeraBrasil. Em outra publicação, compartilhou um vídeo que mostra uma rua repleta de pessoas.
No post, a juíza comentou: "Rua das Pedras, em Búzios/RJ, agora à noite. Uma cidade que resiste à estupidez". Posteriormente, a magistrada postou um vídeo "ensinando" como burlar o uso da máscara.
Nas imagens, Ludmila toma um sorvete e diz que desta forma pode andar pelo shopping sem o uso da proteção. "O vírus não gosta de sorvete", ironizou.
Assista a íntegra da sustentação oral:
- Processo: 0007298-04.2022.2.00.0000