Juíza do "#AglomeraBrasil" critica metas de produtividade do CNJ
"Viola completamente a nossa independência funcional", disse Ludmila Lins Grilo.
Da Redação
quinta-feira, 8 de abril de 2021
Atualizado às 14:16
A juíza de Unaí/MG, Ludmila Lins Grilo, que ganhou holofotes após incentivar aglomerações com a hashtag "#AglomeraBrasil" e ensinar como burlar o uso da máscara, envolveu-se em mais uma polêmica. Agora, a magistrada criticou as metas de produtividade do CNJ.
Em vídeo que circula nas redes sociais, Ludmila afirma que "o CNJ estabelece metas e impõe aquilo ali coercitivamente a todos os juízes do Brasil", obrigando, segundo ela, que determinados processos sejam privilegiados.
"Viola completamente a nossa independência funcional."
A juíza diz ainda que "existe uma verdadeira tomada de posse do país por meio do aparelhamento do Poder Judiciário".
Metas do CNJ
Entre as metas de 2021 estão: julgar processos mais antigos; priorizar o julgamento dos processos relativos aos crimes contra a Administração Pública, à improbidade administrativa e aos ilícitos eleitorais; priorizar o julgamento das ações coletivas; e priorizar o julgamento dos processos relacionados ao feminicídio e à violência doméstica e familiar contra as mulheres.
Polêmicas - Relembre
No início de janeiro, o advogado José Belga Assis Trad apresentou reclamação no CNJ para apuração de eventual prática de infração ético disciplinar por parte da magistrada. O causídico alegou que a juíza defende, para mais de 130 mil seguidores no Twitter, "a aglomeração de pessoas nas praias e festas do litoral brasileiro".
Na virada do ano, Ludmila divulgou um vídeo de fogos de artifício vistos de uma praia com os dizeres "Feliz Ano Novo!", seguido pela hashtag #AglomeraBrasil.
Em outra publicação, a juíza compartilhou um vídeo que mostra uma rua repleta de pessoas. No post, a juíza comentou: "Rua das Pedras, em Búzios/RJ, agora à noite. Uma cidade que resiste à estupidez".
Posteriormente, a magistrada postou um vídeo "ensinando" como burlar o uso da máscara.
Nas imagens, Ludmila toma um sorvete e diz que desta forma pode andar pelo shopping sem o uso da proteção. "O vírus não gosta de sorvete", ironizou.