O jurista Gustavo Justino de Oliveira, professor de Direito Administrativo da USP e do IDP (Brasília) e sócio do escritório Justino de Oliveira Advogados, lança dia 5/12 o livro "A arte de se inspirar: uma semibiografia no Direito", publicado pela editora Amanuense. O evento será aberto ao público, a partir das 18h, na Biblioteca do Senado Federal.
A obra retrata, de forma lúdica e afetiva, a trajetória profissional e acadêmica de Gustavo Justino de Oliveira, provocando reflexões úteis sobre a construção de carreiras, especialmente no Direito.
No livro, Justino traz detalhes de sua vida pessoal, revelando como esta se entrelaça à vida profissional. O leitor é assim convidado a pensar nas formas nem sempre óbvias com que as questões privadas afetam as escolhas e destinos de carreira, e vice-versa. Com 32 anos de uma trajetória profissional de destaque, incluindo um amplo histórico de atuação no setor público e privado e produção acadêmica em várias áreas, Justino relata, por meio de sua própria experiência, a realidade de quem vive das leis e da Justiça.
Entre os fatos narrados estão a graduação em Direito, um pouco "por acaso" na Universidade Federal do Paraná (UFPR) no fim dos anos 1980; a dedicação à música e a difícil decisão de abandonar um futuro como pianista profissional para tornar-se advogado; o esforço para conciliar estudo com trabalho; a conquista do primeiro lugar no concurso para procurador do Estado do Paraná; e a coragem para, mais tarde, deixar a estabilidade da carreira pública para trilhar caminhos até então incertos como jurista. A conclusão do autor é que, para produzir uma carreira consistente, é preciso, sobretudo, inspiração.
Justino completou 27 anos de magistério em 2023, 15 deles como docente na USP. É sócio fundador do Justino de Oliveira Advogados, escritório focado na solução de conflitos, na arbitragem e no Direito Público, que comemora seu 25º aniversário no ano que vem.
Nessa trajetória, o jurista seguiu alguns passos que podem ser úteis a cada profissional que esteja trilhando sua carreira. Entre eles, conversar com colegas mais experientes antes de escolher um rumo profissional; renunciar conscientemente a algumas coisas para se atingir outras, mas abrindo espaço, ou "ilhas", para momentos de lazer; comemorar cada conquista e colher os frutos delas, aproveitando ao máximo e divulgando os bons resultados; e dividir com outros o sucesso, reconhecendo expressamente quem participou do processo.
"O livro é para todas e todos se inspirarem. Vai além da narrativa de um ator do Direito. Permite-nos reconhecer a importância e a contribuição das pessoas no percurso da vida, que transcorre entre sutilezas, afetos, parcerias e reconhecimentos. O autor valoriza as pessoas e suas potencialidades. Isso torna ainda mais significativa a sua história", afirma Marleth Reis, produtora do projeto editorial do livro. "Muitas são as possibilidades de ler 'A arte de se inspirar', uma delas é pelo olhar: rever e ressignificar a nossa própria história de vida. Se temos consciência, temos escolhas", acrescenta.
"O livro retrata uma trajetória pouco comum na área jurídica, um caminho heterodoxo movido menos pelo pragmatismo e mais pela intuição e pela inspiração. Mas revela também que a intuição só funciona quando você tem uma direção, um norte, ainda que durante o percurso seja necessário remanejar sua rota, repensar, se reinventar", afirma Rodrigo Haidar, editor na Amanuense Livros.
A obra "A arte de se inspirar" traz sugestões de aperfeiçoamento ao modelo de ensino convencional do Direito, baseado em conteúdos, que não dá conta de um mundo complexo e em mutação constante. Justino apresenta como resposta a esse impasse o conceito de "mentoria", pelo qual o aprendizado vem do próprio aluno em interação com quem tem experiência, já fez sua história e passou pelos próprios erros e acertos.
A obra de Gustavo Justino de Oliveira é uma homenagem ao Direito e a quem busca trilhar o seu caminho sem se perder de si mesmo. Em tempos de incerteza, o livro traz a lição de que a resposta está nas pessoas. Cada um tem a sua trajetória. Mas a busca, esta é universal.