Um advogado trabalhista foi agredido por um empresário enquanto aguardava audiência na 7ª vara do Trabalho em Maceió/AL. O caso aconteceu na última quinta-feira, 9, e foi registrado por câmera de segurança.
O advogado Geraldo Carvalho disse ao G1 que seu cliente representa contra o empresário, e que este já havia feito ameaças ao autor e a testemunhas em audiências anteriores.
"Ao longo dos mais de 9 anos de profissão, posso dizer que este foi o momento mais triste que já vivi naquela Justiça do Trabalho. Faltam-me palavras para descrever o que foi sofrer tal violência no meu ambiente de trabalho", relatou o advogado em sua rede social.
Ele também afirmou que passou a tarde na delegacia para registrar a ocorrência e foi ao IML para exame de corpo de delito e documentação das agressões físicas.
Posicionamento
Em nota, a OAB, Seccional Alagoas, por intermédio da Comissão de Prerrogativas, manifestou repudio toda e qualquer manifestação de violência e informou que não admite agressão a advogados em pleno exercício da profissão.
"A Comissão de Prerrogativas, sob a representação das advogadas Andréia Carnaúba e Ana Sarah, e dos advogados Marcus Tullius Farias e Limerges Almeida, prontamente deslocou-se ao local dos fatos, acompanhando o advogado agredido até a Central de Flagrantes para formalizar o Boletim de Ocorrência. A OAB/AL, neste ato, manifesta veemente repúdio ao acontecido e compromete-se a não descansar até a punição do agressor. A entidade não tolera que um advogado, no pleno exercício de suas atribuições profissionais, em um ambiente laboral, seja objeto de violência ou ameaça, reiterando seu inabalável compromisso com a defesa das prerrogativas da advocacia e a preservação do ambiente propício ao exercício da justiça."
O TRT da 19ª região lamentou o ocorrido, tendo em vista que o ambiente da Justiça do Trabalho é espaço para resolução de conflitos e pacificação social.
Em nota, o Tribunal informou que o prédio está equipado com detectores de metal e scanner para malas e objetos. Afirmou que a segurança é feita por agentes de Polícia Judicial e por vigilantes de empresa de segurança armada terceirizadas, que contam com o apoio do serviço de monitoramento por câmeras.
Ainda, indicou que um dos envolvidos foi atendido pelo setor de saúde do Tribunal e pelo SAMU e que foi lavrado relatório de ocorrência.
"O TRT-19 reafirma que o seu ambiente é seguro e que todas as providências cabíveis foram devidamente adotadas, cabendo aos órgãos de segurança pública a continuidade do acompanhamento e resolução da ocorrência", concluiu o Tribunal.