A deputada Federal Sâmia Bomfim acionou a PGR contra Eduardo Bolsonaro, também deputado, por falas em que comparou "professores doutrinadores" a traficantes de drogas. Segundo Eduardo, “talvez o professor doutrinador seja ainda pior”.
A declaração foi dada neste domingo, 10, em um evento pró-armas, realizado em Brasília.
Assista:
“Preste atenção na educação dos filhos. Tire um tempo para ver o que eles estão aprendendo nas escolas. Não vai ter espaço para professor doutrinador tentar sequestrar as nossas crianças. Não tem diferença de um professor doutrinador com um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar nossos filhos para o mundo do crime. Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior, porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa.”
"Crime com danos coletivos"
No Twitter, Sâmia afirmou que a fala do deputado é criminosa.
Eduardo Bolsonaro é um covarde! Num país marcado por atentados contra escolas, utilizar palanque de um evento armamentista pra incitar ódio contra professores e os igualar a bandidos é crime! Não vai ficar impune, estou acionando a PGR contra esse fascista agora mesmo!
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) July 10, 2023
Bomfim disse que representou contra o deputado na PGR por crimes com danos coletivos aos professores brasileiros, e que também acionou o conselho de ética da Câmara. “Não pode ficar impune!”.
Representei contra Eduardo Bolsonaro na Procuradoria Geral da República, por crimes com danos coletivos aos professores brasileiros. Junto com a bancada do PSOL, também acionei o Conselho de Ética da Câmara contra esse fascista. Não pode ficar impune!https://t.co/vcMDwqsxTJ
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) July 10, 2023
A fala de Eduardo também levou a deputada Federal Luciene Cavalcante buscar a PGR e o STF, pedindo que seja instaurada investigação contra o parlamentar. Por ser professora, Luciene ainda entrou com uma queixa-crime, já que teria se sentido pessoalmente atacada pelo comentário do deputado.
Apuração da polícia
Na manhã desta segunda-feira, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que acionou a Polícia Federal para apurar “discursos proferidos neste domingo em ato armamentista”, com o objetivo de identificar eventuais crimes, notadamente incitações ou apologia a atos criminosos.
O ministro não citou Eduardo Bolsonaro.
Determinei à Polícia Federal que faça análise dos discursos proferidos neste domingo em ato armamentista, realizado em Brasília. Objetivo é identificar indícios de eventuais crimes, notadamente incitações ou apologias a atos criminosos.
— Flávio Dino ???? (@FlavioDino) July 10, 2023
Em seu discurso, o deputado Eduardo Bolsonaro citou o ministério da Justiça, e criticou o atual governo por revogar normas de Bolsonaro que facilitavam o acesso a armas.
"A Venezuela é o país mais violento do mundo e o Brasil vai voltar a caminhar nesse sentido, infelizmente vai roubar muita vida de inocente porque os caras do Ministério da Justiça não querem dar o acesso à legítima defesa a todos nós."
Decreto de armas
No fim do mês de maio, o ministro da Justiça, Flávio Dino, entregou ao presidente Lula proposta de novo decreto de armas. Em recente entrevista concedida à TV Migalhas, Dino afirmou que o objetivo é retomar as regras que vigiam antes das alterações promovidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Assista: