Mangia che te fa bene!, bradam os italianos. E não é qualquer coisa: nada satisfaz o povo da Itália como uma boa pasta!
Embora haja alguma controvérsia acerca da criação do macarrão – se foram os assírios, os babilônios, ou até os chineses –, fato é que o alimento se tornou parte da identidade italiana.
Mas, na última semana, o macarrão protagonizou uma "crise" na Itália e foi parar na Autoridade Nacional da Concorrência, órgão que regula os preços das mercadorias. O problema está na expressiva alta do preço, que aumentou quase 18% em apenas um ano – duas vezes mais que a inflação no país, atualmente em cerca de 8%.
Diante do problema, o governo convocou, na quinta-feira, 11, uma "reunião de crise" com representantes do setor para discutir o preço. A iniciativa partiu do ministro italiano das Empresas e do Made in Italy, Adolfo Urso.
Associações de consumidores desconfiam de especulação e acusam as marcas de serem as responsáveis pelo aumento do preço do macarrão. Já as fabricantes alegam que o fenômeno se deve a uma conjunção de fatores – incluindo a alta da energia elétrica, interrupções na cadeia de fornecimento e inflação.
A reunião foi liderada por Benedetto Mineo, Garantidor de Vigilância de Preços no país, e terminou com a promessa de que os preços do macarrão irão baixar em breve. As autoridades afirmam que continuarão monitorando os valores para "proteger os consumidores".
Embora a "crise" não tenha sido levada tão a sério por parte da população, que chegou a fazer piada no Twitter, o professor de estudos sobre alimentação da Universidade de New York Fabio Parasecoli explicou, em entrevista ao jornal The Washington Post, que a questão é mais complexa do que pode parecer. Segundo ele, a reação do governo italiano mostra "o valor simbólico, emocional e cultural que a massa tem para os italianos".
Problema dois
Preocupado com a questão do macarrão, Migalhas foi até a Itália para entender a situação. Em nossa estada em Roma, além de provar deliciosas pastas – tudo pelo bem do jornalismo! –, conversamos com um simpático garçom que nos apresentou grave acusação.
O fato é que tem se popularizado a prática de quebrar o espaguete. "Que absurdo!!!", dirá um descendente que nos lê.
O caso seria, então, de alteração legislativa? É preciso, pois, criminalizar o ato?
Assista ao italiano e bem-humorado vídeo: