O advogado de uma causa que tramita na 2ª vara Empresarial de SP utilizou-se de petições para ofender a juíza de Direito Andréa Galhardo Palma. Em um dos documentos, o causídico diz que ela atua como advogada de uma das partes e decide com base em "afetações hormonais" e "descompassos da menopausa".
"O equilíbrio emocional da exceta degringolou-se: passou a atuar como advogada do demandado, e o fez com o mesmo modus operandi do administrador e sócio d’antanho: atacando, ofendendo, intimidando, difamando e injuriando o advogado da excipiente, o que, de início acreditou-se ser efeito de afetação hormonais ou descompassos da menopausa."
Em uma outra peça do processo em questão, que envolve uma distribuidora farmacêutica, o advogado acusa a magistrada de fraude na nomeação de peritos e administradores judiciais e diz que ela responderá por denunciação caluniosa.
“Ou acredita que os ilícitos que comete contra a Justiça e contra o peticionante restarão impunes? A suspeição de Vossa Excelência, envolvida em inúmeras e escandalosas ilegalidades nestes e em outros autos judiciais, é sabida, notória e pública, e será reduzida em incidente nas próximas horas. Por fim: Lastima-se ter de ver prestada a jurisdição por autoridade desprovidas dos mais elementares conhecimentos de ordem legal, ética, disciplina.”
“Diante dos excessos de linguagem desnecessários e graves ofensas perpetradas contra a honra desta Magistrada e demais operadores do Direito atuantes neste processo”, a juíza determinou que a OAB seja oficiada para apurar o caso.
- Processo: 1002512-91.2021.8.26.0554
Histórico de polêmicas
Esta não é a primeira vez que o advogado envolvido na polêmica com a juíza Andréa Galhardo Palma vira notícia. Com efeito, em maio de 2021, a Associação dos Magistrados do Paraná emitiu uma nota pública dizendo que ele, de forma sistemática, tem atacado a honra e a imagem de vários magistrados do Estado.
Em um único processo, o causídico teria suscitado a suspeição de diversos juízes, o que levou ao afastamento de 17 magistrados. Após o presidente do TJ/PR ser obrigado a nomear juiz de outra comarca para o caso, o advogado passou a ofender referido magistrado com terminologias como "juiz gringo", "frouxo" e outras.
“O Advogado (...), infelizmente, de forma sistemática, tem atacado a honra e a imagem de vários magistrados do Estado do Paraná e, por consequência, da própria magistratura. Inclusive, já houve inúmeros e sucessivos afastamentos voluntários de diversos magistrados da Comarca de Londrina-PR de processos envolvendo o mencionado Advogado, todos motivados por diferentes e injustificadas ofensas proferidas pelo causídico (a incluir xingamentos).
Despido do dever de urbanidade e respeito inerentes ao exercício da profissão de advogado, de forma reprovável, resolveu atacar a honra e a imagem do magistrado e da própria magistratura afirmando ser ‘Juiz Gringo’, ‘estúpido forasteiro’, ‘frouxo’, além de inúmeras outras afirmações que possuem o propósito exclusivo de agressão, desconectando-se da ética que é inerente à atuação processual.”
Em outra petição que virou notícia, o advogado ofendeu o defensor da parte contrária, chamando-o de "bolorento, caquético e decadente".