Migalhas Quentes

Sessões do dia têm homenagens ao ministro Paulo de Tarso Sanseverino

Ministro faleceu no sábado, após lutar bravamente contra um câncer.

11/4/2023

As sessões do CNJ e do STJ desta terça-feira, 11, foram marcadas com homenagens ao ministro Paulo de Tarso Sanseverino. Ele faleceu no último sábado, 8, após lutar bravamente contra um câncer.

Os ministros foram tomados pela emoção ao falar sobre as qualidades de Sanseverino.

Ministros fazem homenagem a Paulo de Tarso Sanseverino.(Imagem: Flickr/STJ)

Na 1ª turma, o ministro Benedito Gonçalves relembrou a trajetória de Paulo de Tarso Sanseverino no Direito. O ministro Sérgio Kukina falou que o sentimento de dor pela perda se estende a todos, “na Justiça e no âmbito social”.

A ministra Regina Helena Costa ressaltou que o falecimento do ministro é “uma perda para o STJ e para a Justiça brasileira.” 

Para o ministro Gurgel de Faria, Sanseverino era “um grande amigo (...) um magistrado exemplar, um ser humano que fará falta para esse país.” 

“Ele partiu muito cedo, aos 63 anos de idade. Deixando lições na área acadêmica, lições de vida... De como ele, magistrado, professor, tratava todos de maneira muito carinhosa.”

Paulo Sérgio Domingues relembrou que o ministro sempre atendia a todos com muita amizade e prestou condolências à família.

Assista:

Na 2ª turma, os ministros também homenagearam o legado de Paulo de Tarso Sanseverino. “O Tribunal da Cidadania está em luto, assim como a magistratura nacional.” 

Na sessão, fizeram um minuto de silêncio. 

Herman Benjamin falou em nome da turma:

“Grande amizade, admiração... O ministro era um dos mais poderosos porta-vozes do STJ e da magistratura brasileira. O Estado Social de Direito, uma entidade frágil, que precisa de juízes como Paulo de Tarso Sanseverino.”

Na 3ª turma, da qual Sanseverino fazia parte, ministro Villas Bôas Cueva disse que todos os dias, ao longo de sua longa doença, depois do café da manhã, ele se recolhia em seu escritório para trabalhar em seus processos. "Ainda na semana passada, como bem lembrado por sua querida esposa Carminha, ele concluiu mais um voto-vista", destacou.

"Todos nós, a longo desses últimos meses, pudemos testemunhar seu vigor intelectual e sua energia para encontrar a melhor solução nas sessões, nas conversas telefônicas e nas trocar de mensagem. Celebramos hoje, portanto, a vida de um grande homem, grande jurista, de um magistrado exemplar e enorme vocação não apenas para a resolução de conflitos, mas também para a criação de políticas judiciárias inovadoras, bem como para gestão eficiente do sistema de Justiça. Não poderíamos deixar de celebrar a vida de um ser humano incomparável, humanista, um homem de fé que deixou amizade e sementes de esperança por onde passou."

A ministra Nancy Andrighi ressaltou que, quando as palavras são verbalizadas, nem de longe elas retratam a verdadeira dimensão dos sentimentos que perpassam no coração.

Nancy agradeceu o tempo que conviveu com o ministro. "O legado que meu estimado amigo e colega construiu em apenas 63 anos tem a força de preencher um vazio que sempre fica. Porque pleno de lições, de compaixão e exemplo de fazer o possível para ajudar o próximo no desempenho da árdua função de julgar."

O ministro Marco Aurélio Belizze disse que está exaurido de tanta coisa que passa na cabeça. "Uma saudade já, um sentimento de perda. Compreendo que a vida é assim, que a missão foi cumprida e ele está iluminando em outro espaço. As palavras aqui são rápidas e de gratidão."

O ministro Moura Ribeiro subscreveu os depoimentos de todos os colegas, e ressaltou que, para ele, era um gentil amigo, cortês, amoroso, delicado nas palavras e educado. "Nos deixou para outras paragens, para ver outras paisagens. Era um gentleman no Jurídico. Todas as suas palavras terminavam sempre com uma mensagem espiritual de alegria, sempre nos comovendo. Me agarro a Rui Barbosa para deixar uma lição de esperança."

O ministro gentilmente ressaltou frases que estão nas Migalhas de Rui Barbosa e Migalhas de Machado de Assis:

"A morte não extingue, transforma; não aniquila, renova; não divorcia, aproxima." Rui Barbosa

"A morte não é outra coisa mais que uma cessação da liberdade de viver." Machado de Assis

Na 4ª turma, o ministro Raul Araújo, bastante emocionado, disse que Sanseverino era um dos membros mais talentosos e mais queridos do Tribunal. “Era unanimidade entre os pares, servidores, integrantes do MP e da advocacia.”

Já saudoso e insubstituível, Araújo afirmou que o Paulo de Tarso era um juiz paradigma e admirado por todos. Enalteceu, também, o temperamento bondoso e justo do ministro. “Nunca elevou a voz e jamais o vimos queixar-se de qualquer sofrimento experimentado nos últimos anos.”

O presidente da 4ª turma destacou que os colegas encontrarão conforto na lembrança. “Sanseverino seguirá presente em nossas vidas. Até um dia, querido irmão.”

Ato contínuo falou o ministro Antonio Carlos Ferreira. “Paulo de Tarso sempre despertou carinho e admiração. Perdemos nós e a sociedade como um todo. Era um ser humano insubstituível.”

Em seguida, a palavra passou para a ministra Maria Isabel Gallotti: “A voz do ministro ainda ecoa nos nossos ouvidos. É difícil pensar nele no passado.”

Ministro Marco Buzzi classificou a perda como incomensurável.

Por último falou o ministro João Otávio de Noronha: “Sanseverino era exemplo de grandeza e tinha o amor e o perdão embutidos no coração.”

“Ele sabia estender as mãos nos momentos mais difíceis. Paulo não morre na mente dos amigos, advogados e jurisdicionados. Ele deixa uma lição de grande jurista e viverá sempre dentro dos nossos corações.”

Na 5ª turma do STJ, o presidente, ministro Joel Ilan Paciornik, iniciou a sessão propondo voto de pesar para família do ministro Paulo de Tarso Sanseverino.

O ministro relembrou toda a trajetória de Sanseverino pela Justiça brasileira.

“O ministro Paulo de Tarso foi um exemplo de jurista, homem, pai, esposo e professor, na medida em que todas as atividades que desenvolveu sempre fez com muita dedicação.”

O ministro Reynaldo Soares da Fonseca também destacou que ele e o ministro Ribeiro Dantas foram ao velório de Sanseverino em Porto Alegre/RS e prestaram homenagens a família presencialmente. “Ele era um homem de bem e do bem.”

Veja como foram as homenagens da 5ª turma:

Ao iniciar a sessão da 6ª turma, a ministra Laurita Vaz, presidente, dedicou algumas palavras ao amigo e colega da Corte ministro Paulo de Tardo Sanseverino. Na fala, a ministra registrou, ainda, que foi muito auxiliada pelo ministro.

“As palavras certamente são pequenas diante da grandiosidade da obra do ministro”, disse a ministra.

No discurso, a ministra falou sobre o notável trabalho que Sanseverino desenvolveu a frente da comissão gestora de precedentes de ações de coletivas do STJ. E, por fim, asseverou que o trabalho do colega será sempre lembrado por toda comunidade jurídica.

Na sessão do CNJ na manhã desta terça-feira, o conselheiro Mário Maia também registrou seu pesar. 

"San significa "santo" em espanhol, e severino significa "pouco rigor". Ou seja, era um homem que fazia jus ao nome que carregava e foi com muita tristeza que, em nossa casa, recebemos essa notícia. Então, eu gostaria de fazer esse registro, em memória do grande magistrado que foi Paulo de Tarso Sanseverino."

Ato contínuo, a presidente do Conselho, ministra Rosa Weber também prestou homenagem, destacando que "o ministro Paulo de Tarso Sanseverino realmente foi um magistrado ímpar e que merece todo o nosso carinho e nossa adminiração".

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