Nesta segunda-feira, 13, o TRT da 2ª região, por 58 votos a 2, determinou a abertura de PAD – processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do juiz Marcos Scalercio, acusado de assédio, importunação sexual e estupro. Ele ficará afastado das funções até a finalização do procedimento. O processo irá tramitar em sigilo.
No CNJ também tramita um PAD contra Scalercio. O Conselho afastou o juiz do cargo desde setembro do ano passado.
Entenda
Ao menos 22 mulheres relatam terem sofrido assédio sexual por parte do juiz do Trabalho substituto Marcos Scalercio, do TRT da 2ª região, entre 2014 e 2020. O magistrado, que também dava aulas no Damásio, famoso cursinho preparatório para concursos e OAB, é acusado de beijos e agarrões à força, pedido de fotos e assédio na webcam.
Os episódios de assédio teriam ocorrido dentro do gabinete do magistrado, no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, e em cafeteria próxima ao cursinho. Outras vítimas teriam relatado assédio por meio de redes sociais.
Três dessas mulheres procuraram a ONG Mee Too, que oferece assistência jurídica gratuita a mulheres vítimas de violência sexual. A instituição levou as acusações à Justiça.
Sobre o caso, a defesa do juiz divulgou a seguinte nota:
"A defesa do juiz Marcos Scalercio juntou ao processo provas que demonstram que as acusações feitas contra ele são inverídicas. São conversas de aplicativos de mensagens e em redes sociais que apontam que nunca houve assédio e muito menos qualquer conduta violenta por parte dele em relação às denunciantes.
Nessa fase de análise preliminar, o tribunal já rejeitou três acusações e Marcos Scalercio está confiante de que as testemunhas e provas técnicas demonstrarão que todas as alegações são improcedentes."