Migalhas Quentes

Editorial

Quartel não é camping de doidivanas. É hora de dar um basta na bandalheira que tomou conta das cidades brasileiras.

8/1/2023

"A grandeza de uma nação repousa em sua ordem jurídica, de que a expressão mais alta é aplicação do direito pelo sentimento de justiça e a sabedoria de seus magistrados.”

Juscelino Kubitschek

Os advogados, acostumados a frequentar o Supremo Tribunal Federal, deparam-se com o texto acima na entrada do prédio, incrustrado em mármore, sob olhar atento do busto da Águia de Haia. 

Foi essa cena deslumbrante que recebeu hoje os penetras que ali aportaram no meio da tarde. Mas os facínoras não se comoveram com as palavras de JK. E, sejamos francos, nem sabem ler e, se sabem, nem entendem. São uns estúpidos. 

8 de janeiro de 2023. O dia que não será esquecido. 

A data em que bandidos invadiram e arrasaram a sede dos três Poderes da República: o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. 

Quanto ao Supremo Tribunal Federal, que nos é muito caro, as cenas são chocantes e aterrorizadoras. A entrada do prédio foi destruída. O hall já referido, onde ficam os bustos das figuras ilustres (Rui Barbosa, Victor Nunes Leal, etc.) foi depredado. O Plenário, local onde se realizam as sessões, foi completamente vandalizado, cadeiras reviradas (nem o crucifixo os ditos “cidadãos de bem” perdoaram). O salão branco, chantado atrás do Plenário, teve os móveis e quadros quebrados. A sala da presidência, no andar superior, e que possui mobiliário secular, do tempo em que a Corte era no Rio de Janeiro, foi completamente aloprada. 

E tudo sob o olhar pusilânime (quiçá conivente) das forças policiais brasilienses, comandadas diretamente pelo famigerado ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. 

A escalada destas manifestações chegou ao ponto máximo. Agora, é bem o momento de reprimir com firmeza estes crimes. 

Os doidivanas colocados em frente a quartéis, orando para ETs e pneus, pendurando-se em caminhões, são a parte cômica de algo perigoso, maquinado e engendrado. 

Com efeito, o que se viu hoje foi articulado para acontecer. De modo que se os arquitetos e financiadores não forem exemplarmente punidos, iremos ter novos sucessos doravante. 

Além de punidos, é preciso que os "manifestantes" vejam o destino de quem atravessa a linha da legalidade. É preciso que eles sejam mostrados dentro da cadeia, para que todos entendam o que lhes espera ao cair no conto do vigário (no caso, do miliciano). 

A intervenção Federal no DF pode ser um primeiro passo. A prisão dos responsáveis pela segurança pública, outro. Mas independentemente das ações, o que não se pode mais confundir é direito à manifestação e liberdade de reunião, com incitação ao ódio e à baderna. 

Outro passo importante: pôr fim as estes acampamentos em quartéis. Se os militares não colaborarem com a retirada das pessoas, que sejam responsabilizados também. 

Queríamos ver se um movimento social qualquer montasse uma barraca ao lado de um quartel... ah... qual seria o tratamento? 

Enfim, usemos o dia de hoje como um ponto final. Acabou a bandalheira. 

8 de janeiro de 2023. O dia que não será esquecido.

Basta!

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