Quando fala-se em metaverso, imediatamente muitas dúvidas surgem na cabeça das pessoas. O tema, em alta na atualidade, em um futuro próximo deve provocar mudanças no dia a dia da população e até mesmo na maneira de se relacionar e fazer negócios.
Resumidamente falando, metaverso pode ser denominado como um ambiente onde os seres humanos interagem através de avatares no ciberespaço, funcionando como um reflexo do mundo real, mas sem suas limitações físicas.
Para desbravar esse universo novo, Migalhas viveu uma experiência inédita: a de realizar uma entrevista diretamente do metaverso. Com efeito, conversamos com Sílvia Piva, advogada e uma das idealizadoras da startup Ex Nunc Metaverse, que busca levar os escritórios e instituições jurídicas ao mundo do metaverso.
A seguir, Sílvia nos conta o porquê os advogados devem estar presentes no ambiente virtual.
Veja a íntegra da entrevista:
Advocacia no metaverso
Segundo a advogada, o metaverso é um assunto ainda muito novo, um “tema que todo mundo está descobrindo o que fazer”. Na sua avaliação, dentro do Direito, é a primeira vez que estamos chegando junto com a tecnologia, e não apenas correndo um pouco atrás do prejuízo.
“Acho muito legal ver cada vez mais advogados, advogadas e o Poder Judiciário se interessando sobre o assunto.”
Conforme explicou Piva, a ideia de metaverso é ir além do mundo físico, transpondo-se para esse mundo de “bites”, mas sem deixar de ser real.
“O Direito tem muito a aprender com o metaverso, porque aqui a gente muda a compreensão, algumas dinâmicas de relações, de modos de consumo, formas de trabalho e aprendizado.”
Para Sílvia, todavia, é preciso distinguir o Direito do metaverso e o Direito no metaverso.
“O Direito do metaverso talvez seja aquele em que a gente vai pensar sobre privacidade, relações de trabalho e impactos. O Direito no metaverso talvez seja esse espaço sendo ocupado por todos os profissionais da área jurídica, afinal de contas, a gente quer que esse espaço seja democrático.”
Relações de trabalho no metaverso
Sobre as relações de trabalho no metaverso, a profissional ressalta, mais uma vez, que a questão é muito nova e pontua que sequer foi possível entender ainda sobre a dinâmica do trabalho híbrido.
“Não é porque não temos uma fronteira temporal no metaverso que vamos estar 100% disponíveis para o trabalho, que vamos poder fazer quaisquer coisas no trabalho. Hoje, o nosso limite de direção é o mundo que a gente conhece, que temos as regras, a ética, aquilo que pode ser considerado insalubre ou não.”
Por fim, Piva ressalta que o Direito vai ter que aprender uma nova forma de se inter-relacionar e seguir boas práticas, como em qualquer ambiente.