Um episódio lamentável aconteceu no Tribunal do Júri de Taubaté/SP: um promotor disse à advogada do réu que ela tem o "habito de rebolar", referindo-se à tentativa de convencimento dos jurados.
Após a repercussão do caso, o promotor Alexandre Mourão Mafetano tornou-se alvo de reclamação disciplinar apresentada à Corregedoria Nacional do MP.
Nós conversamos com a causídica, a criminalista Cinthia Souza, que explicou como se deram os fatos. "Aquilo me machucou", disse (revela o vídeo).
Ela contou que já é conhecido no fórum o jeito "ácido e provocativo" daquele promotor, e que a situação, que envolvia direito ao silêncio, foi prejudicial não só a ela, como para o réu, que acabou condenado.
Assista à entrevista.
A advogada Cinthia Souza entende que houve omissão por parte do juiz que presidia o Júri, situação que foi ainda mais desfavorável ao réu, já que, pelo cargo, ele é visto com grande respeito pelos jurados.
Por fim, ela lamenta o fato de que casos de machismo no Judiciário não são isolados. A advogada conta que foi contatada por diversas colegas de profissão, muitas dizendo que já passaram por situações constrangedoras no exercício da advocacia.