Em primeiro discurso após ser derrotado nas urnas, Bolsonaro surgiu visivelmente abatido e com semblante que não esconde o resultado adverso.
O presidente criticou o sistema eleitoral, justificando de certa forma os atuais atos antidemocráticos.
Embora tenha agradecido os eleitores pela votação, não reconheceu publicamente a vitória do adversário, e nem desengajou os apoiadores que atrapalham a população nas rodovias brasileiras.
Disse ele, ipsis litteris:
"Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral."
Com a dubiedade que marca suas ações, ele até fez um gesto de quem refuta os bloqueios, afirmando que os métodos da direita "não podem ser o da esquerda, que sempre prejudicaram a população."
Se apenas isso será suficiente para desmobilizar seus apoiadores, o tempo dirá.
O que fica, no entanto, é um governante que não aceita a derrota e, pusilânime, não age quando necessário.