Migalhas Quentes

TSE explica por que alguns Estados têm apuração mais rápida que outros

Dificuldades de infraestrutura e logística e volume de dados são determinantes para o fluxo da totalização dos votos.

29/10/2022

Quando o TSE começou a divulgar a totalização dos votos no primeiro turno das Eleições de 2022, dia 2 de outubro, o Brasil todo pôde perceber que os primeiros votos divulgados vinham das regiões Sul e Sudeste. Só algum tempo depois começaram a ser contabilizados os de parte do Centro-Oeste e, por fim, os votos dos estados das regiões Nordeste e Norte.

Segundo o secretário de Tecnologia da Informação da Corte Eleitoral, Julio Valente, essa situação, que se repete em todos os pleitos, é causada por variadas questões de logística na transmissão dos votos a partir de cada uma das 27 unidades da Federação. 

Devido ao volume de informação que é recebida pelo TSE ao mesmo tempo, os votos do Norte do país acabam chegando a Brasília por último e, por isso, aguardam numa “fila” para serem processados.

TSE explica por que alguns Estados têm apuração mais lenta.(Imagem: Ronaldo Silva/Photo Press/Folhapress)

Dificuldades logísticas e de transmissão

Julio Valente explica que três fatores podem ocasionar atraso na transmissão dos dados das urnas eletrônicas para a totalização no TSE. 

O primeiro deles é a quantidade de cargos sendo votados – o que implica mais tempo do eleitor diante da urna eletrônica – e a existência de filas de eleitores que ainda não votaram na seção eleitoral depois das 17h, quando, em tese, a votação é encerrada. Nesses casos, a norma eleitoral determina que sejam distribuídas senhas e que a votação continue até que a última pessoa na fila vote. Só então é que a urna eletrônica é finalizada, o Boletim de Urna é impresso e a mídia de resultado é retirada para que os dados sejam transmitidos para a Justiça Eleitoral.

O segundo motivo está ligado ao fato de que em muitas localidades distantes dos grandes centros surge o problema das limitações de infraestrutura de telecomunicação. E essa é uma situação recorrente, sobretudo em regiões mais pobres nos Estados das regiões Norte e Nordeste e em partes do Centro-Oeste. A problemática envolve a capacidade de processamento do computador disponível na localidade para a transmissão dos dados, bem como a estabilidade e a velocidade da rede de dados local na conexão com a rede privativa da Justiça Eleitoral.

De acordo com Julio Valente, essa dificuldade costuma ser contornada pelo transporte do mesário até um ponto de transmissão da Justiça Eleitoral, o que leva tempo, ou pela utilização de um telefone via satélite em áreas remotas, como aldeamentos indígenas.

Boletins de urna 

O terceiro fator para o atraso no processamento dos votos na totalização das eleições já ocorre em Brasília, no Centro de Processamento de Dados (CPD) do TSE. “Esses dados, ao chegarem ao CPD da Justiça Eleitoral, entram em uma estrutura semelhante a uma ‘fila de banco’”, explica Valente. Assim, os dados dos estados que lidam com contingências de infraestrutura informacional acabam chegando ao TSE depois dos das regiões Sul e Sudeste, que conseguiram fazer a transmissão mais facilmente. Por isso, ficam aguardando numa “fila” para serem, enfim, processados e totalizados.

Para que essa fila se forme, segundo Valente, não demora muito. Isso porque, nesse momento, o TSE está recebendo um volume enorme de transmissões – de mais de 496 mil Boletins de Urna – ao mesmo tempo. “Como tudo chega no TSE ao mesmo tempo e na mesma estrutura de dados, às vezes, 30 segundinhos que se leve para conectar depois da votação já são suficientes para que tenham entrado mais de 50 mil Boletins de Urna na frente”, enfatiza.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

TSE reforça que quem não votou no 1º turno pode votar no 2º

29/10/2022
Migalhas Quentes

Para reduzir abstenção, capitais terão transporte gratuito no 2º turno

25/10/2022
Migalhas Quentes

Lula e Bolsonaro disputarão segundo turno das eleições presidenciais

2/10/2022

Notícias Mais Lidas

PEC que limita supersalários de servidores é aprovada pelo Congresso

20/12/2024

TRF-1: Técnico previdenciário pode ter OAB se impedido contra Fazenda

20/12/2024

STJ mantém exclusão de limite de 150 salários-mínimos para honorários

19/12/2024

TJ/SP autoriza arbitramento de aluguel antes de partilha em divórcio

19/12/2024

Carro com ministro do TST e família cai de ponte e capota em Goiás

22/12/2024

Artigos Mais Lidos

Decisão importante do TST sobre a responsabilidade de sócios em S.A. de capital fechado

20/12/2024

Planejamento sucessório e holding patrimonial: Cláusulas restritivas societárias

20/12/2024

As perspectivas para o agronegócio brasileiro em 2025

20/12/2024

A sua empresa monitora todos os gatilhos e lança as informações dos processos trabalhistas no eSocial?

20/12/2024

O futuro dos contratos: A tecnologia blockchain e o potencial dos smart contracts no Brasil

20/12/2024