O fim de semana foi explosivo. Inicialmente, na sexta-feira à noite, o ex-deputado Federal Roberto Jefferson, que cumpria prisão domiciliar, fez um vídeo com ofensas contra a ministra Cármen Lúcia.
No sábado, o ministro Alexandre de Moraes determinou a volta do indigitado ao regime fechado. A PF foi à casa dele no interior do RJ para cumprir o mandado, mas foi recebida a tiros e granadas.
Como se não bastasse, o presidente da República, numa mensagem dúbia (criticando o réu e o STF), diz que mandou o ministro da Justiça ir ao local para “acompanhar”.
Depois de uma longa negociação, cheia de erros policiais (pessoas estranhas entrando na casa e alterando o cenário), a noite ia caindo.
Ao que parece, a demora no cumprimento da ordem era proposital, pois, como se sabe, não é possível entrar na casa à noite.
Lobrigando a insólita situação, o ministro Alexandre expediu nova decisão, determinando o cumprimento a qualquer hora, diante do estado de flagrância pelos tiros feitos contra os policiais, e advertindo que eventual demora poderia caracterizar crime de prevaricação.
Foi o que bastou para tudo se acabar.
O presidente da República tentou se descolar do episódio, mas tudo em vão, pois Roberto Jefferson é um dos alimentadores da tropa presidencial, seja com apoio parlamentar, seja com discursos contra-sistema.
Ao final, surgiu um vídeo gravíssimo, de um policial, durante as negociações, confraternizando com o preso, e ainda fazendo crítica aos colegas de corporação (“são da inteligência, não sabem nem o que é isso, são burocráticos”). Vão dizer, claro, que faz parte da técnica de negociação, mas é tudo história para boi dormir, com o perdão do trocadilho.
Não fosse um preso de estimação presidencial, teria sido “grampeado” na hora e levado no camburão.
Trocando em linguagem que o bandido deve entender: depois da trombadaça, o malaco ficou de cascata, o que mais parecia um arreglo (“é olho de vidro, ôta”). E isso, mesmo após soltar o dedo nos Papa Fox, e deixar a viatura do IML cheia de azeitona. E o majura, combinado com o Papai-grande, não deixou colocar bracelete na ida do cadeiero pro colégio.