Com o avanço da tecnologia, os crimes virtuais e golpes têm tido grande crescimento nos dias atuais. Recentemente, o "golpe de nudes" tem chamado a atenção, e é avaliado como "extremamente perigosos" por especialistas.
A modalidade tem vitimado, principalmente, homens usuários de redes sociais.
Segundo o advogado Francisco Gomes Júnior, especialista em Direito Digital e sócio da OGF Advogados, o mecanismo do golpe é simples: em alguma rede social, jovens mulheres postam frases como “quero te mandar nudes” ou “meu fetiche é compartilhar minhas fotos nuas”, seguidas de fotos geralmente, de biquini ou lingerie, aberta ao público em geral.
Após isso, de acordo com o advogado, 90% dos que tiveram acesso ao post verificam que algo está errado, mas outros 10% ficam tentados a pedir fotos e nudes para a garota, acreditando realmente que é algo desinteressado, um desejo íntimo da mulher.
Segundo o advogado, várias pessoas respondem ao post oferecendo troca de fotos e entram em contato.
“A partir daí, trabalha-se a engenharia social do golpe: a mulher manda as imagens, pede o número de contato de WhatsApp e inicia conversa picante e de vários dias com a vítima. Após o início das mensagens, uma outra pessoa surge e manda mensagem à vítima, dizendo que é o pai da garota das fotos e que ela é menor de idade. Pede-se então dinheiro para não levar o caso à polícia ou para não fazer um escândalo nas redes sociais”.
Ainda de acordo o advogado, como a vítima de tal golpe muitas vezes é casada ou tem um relacionamento fixo, a ameaça da divulgação das conversas e com uma suposta menor de idade apavora a pessoa, fazendo com que a mesma ceda à chantagem e acabe pagando para que o material não seja divulgado.
“Na realidade é um crime de extorsão, com pena de 4 a 10 anos de reclusão, mas com baixa probabilidade de que se capture o bandido. De qualquer forma, a vítima deve fazer o boletim de ocorrência imediatamente para que as autoridades policiais iniciem a investigação. E, fica a dica, ninguém vai querer enviar “nudes” a um desconhecido”, analisa o especialista.