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Improdutividade: CNJ mantém pena de juiz que acessava site "adulto"

Conselheiros concluíram que a baixa produtividade do magistrado não foi episódica ou pontual, mas sim um padrão de atuação no desempenho de sua atuação.

4/10/2022

Por unanimidade, o CNJ manteve a aposentadoria compulsória de juiz de SP por total improdutividade de suas atividades jurisdicionais. Através de laudo apresentado pelo setor de inteligência do Tribunal, restou evidenciado o acesso pelo juiz a sites não usuais, como sites de jogos e conteúdo adulto.

O caso

Trata-se de revisão disciplinar, formulada por um juiz do TJ/SP contra uma penalidade de aposentadoria compulsória determinada pela Corte por déficit de produtividade do magistrado, devido ao excesso de processos conclusos em seu acervo. O magistrado alegou nulidades no PAD e, no mérito, afirma que sofreu penalidade mais grave prevista na LOMAN - Lei Orgânica da Magistratura. Nesse sentido, pleiteou a suspensão do acórdão e da respectiva portaria

Total improdutividade

Ao votar, a conselheira Salise Monteiro Sanchotene, relatora do caso, verificou que a média mensal de produtividade do magistrado era de 17 sentenças e 11 audiências, sendo, segundo ela uma "produtividade era baixíssima". 

"Os processos conclusos a mais de 100 dias aumentavam initerruptamente, enquanto a produtividade do julgador permanecia inexpressiva."

Salise ressaltou, ainda, que apenas no mês de março de 2017 houve uma melhora episódica da eficiência da vara, curiosamente, no mesmo período que haveria a visita da Corregedoria no Tribunal. “Em 15 dias antes da referida correição, o magistrado apresentou a maior produtividade de todo o período em que trabalhou naquela vara”, afirmou.

No mais, asseverou que não cabe acolhimento a alegação do magistrado de falta de familiaridade do Direito de Família, vara em que atuava. Em seu entendimento, “o magistrado que se remove para uma vara tem a obrigação de se inteirar sobre a matéria para qual vai se dedicar, com curso de aperfeiçoamento e treinamentos. Não é desculpa para não trabalhar ou para fazer uma produtividade baixa como essa”.

Por fim, a relatora afirmou que através de verificação pelo setor de inteligência do TJ/SP restou evidenciado o acesso pelo juiz a sites não usuais categorizados na ferramenta de segurança do Tribunal, como sites de jogos e conteúdo adulto. Nesse sentido, concluiu que baixa produtividade do magistrado não foi episódica ou pontual, mas sim um padrão de atuação no desempenho de sua atuação jurisdicional.  

CNJ mantém aposentadoria compulsória de juiz por total improdutividade.(Imagem: Freepik)

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