Migalhas Quentes

TCU barra compra de R$ 38 milhões em coturnos do ministério da Justiça

Auditores do tribunal concluíram que valor poderia ser 50% menor do que o previsto.

20/9/2022

O TCU determinou que o Ministério da Justiça e Segurança Pública interrompa uma compra de coturnos cujo valor previsto era de R$ 38 milhões. Segundo o TCU, o certame não prezou pela busca dos menores preços, com ofensas ao princípio de economicidade e ao interesse público.

A decisão foi tomada em junho e divulgada pela Folha de S.Paulo. Como parte dos valores já havia sido empenhada pela pasta, a interrupção da compra afeta o pagamento de R$ 35 milhões às empresas vencedoras.

TCU barra compra de coturnos pelo ministério da Justiça.(Imagem: Freepik)

Segundo informado pelo jornal, a pasta pretendia comprar 60 mil coturnos destinados à Seopi - Secretaria de Operações Integradas, criada pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro com o objetivo de integrar ações de órgãos de Segurança Pública.

A atuação da Seopi ficou conhecida em agosto de 2020 por ter realizado monitoramento de adversários e críticos de Bolsonaro, sendo que não havia previsão para esta ação em sua estrutura organizacional.

Valores altos

Segundo o Ministério da Justiça, os coturnos seriam distribuídos a policiais participantes do programa Guardiões das Fronteiras, grupo que atua no combate às infrações transnacionais nas regiões de fronteira e divisas do Brasil. Os coturnos seriam necessários por um aumento na estrutura que atua no programa. 

Mas a análise técnica de auditores do tribunal concluiu que o pregão poderia ter sido fechado em valores 50% menores do que os R$ 38,8 milhões previstos.

As empresas vencedoras foram a Foot Comercial e a Primax Distribuidora, que compram o material de outra empresa, a Guartelá. 

Foram desclassificadas a Palmilhado Boots Indústria e Comércio e a Safetline Equipamentos de Segurança. A primeira orçou R$ 19 milhões pela compra, mas teve o laudo técnico recusado. Segundo o TCU, o Ministério deveria ter realizado diligências junto ao laboratório acreditado pelo Inmetro, emissor desse documento, antes de tal atitude.

Para o Tribunal de Contas, houve ofensa ao princípio da economicidade e ao interesse público, pois o certame resultou em contratações com preços significativamente superiores.

Pregão suspenso

O ministro relator do processo, Augusto Sherman, chegou a dar uma medida cautelar no final do ano passado suspendendo o pregão. Mesmo assim, o ministério chegou a empenhar notas para a aquisição de 2.000 coturnos deste pregão para o 40º Batalhão de Infantaria.

O TCU liberou esta execução, considerando que as empresas provavelmente já teriam se mobilizado para fornecer os produtos e que o ministério não havia sido informado da decisão.

Segundo o TCU, caso remanesça a necessidade da contratação, o Ministério da Justiça deverá realizar nova licitação para adquirir o restante dos quantitativos.

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

Eleição: TCU compartilha com TSE lista de nomes com contas irregulares

10/8/2022
Migalhas Quentes

TCU aprova privatização da Eletrobras

19/5/2022

Notícias Mais Lidas

"Vale-peru"? TJ/MT fixa R$ 10 mil de auxílio-alimentação em dezembro

19/12/2024

Bosch é condenada a pagar R$ 1,7 mi por fraude em perícias judiciais

19/12/2024

PEC que limita supersalários de servidores é aprovada pelo Congresso

20/12/2024

MP/BA investiga Claudia Leitte por retirar "Iemanjá" de música

19/12/2024

TRF-1: Técnico previdenciário pode ter OAB se impedido contra Fazenda

20/12/2024

Artigos Mais Lidos

Afinal, quando serão pagos os precatórios Federais em 2025?

19/12/2024

Decisão importante do TST sobre a responsabilidade de sócios em S.A. de capital fechado

20/12/2024

Planejamento sucessório e holding patrimonial: Cláusulas restritivas societárias

20/12/2024

As perspectivas para o agronegócio brasileiro em 2025

20/12/2024

A sua empresa monitora todos os gatilhos e lança as informações dos processos trabalhistas no eSocial?

20/12/2024