Na década de 50, o advogado Ary Prizant era convocado para atuar como mesário nas eleições pela primeira vez. O que o jovem não imaginava é que ofereceria seus serviços à Justiça Eleitoral pelas próximas sete décadas.
Em 53, os paulistanos iam às urnas para escolher seu prefeito na primeira eleição municipal direta em SP desde 1925, já que, durante a Era Vagas, de 1930 a 1945, os prefeitos da capital eram nomeados por interventores escolhidos por Getúlio e, depois do fim do Estado Novo, por governadores. À época, Jânio Quadros foi eleito com 65,8% dos votos.
Nas eleições de 2022, Prizant, hoje com 93 anos – ou 91 nos documentos, por uma confusão no registro – novamente reforça, com sua experiência, o contingente de mesários que atuarão nas seções eleitorais do Estado.
Ao Migalhas, o advogado defendeu o processo eleitoral. Destacou que já passou por duas ditaduras, a de Getúlio e a militar, e que "ditadura não é país".
"Confio absolutamente no processo eleitoral. Ele é fundamental. Sem isso, estamos na ditadura. E ditadura não é país. Sem a democracia, estamos perdidos. Sem ela, não temos um país civilizado."
Além de testemunhar o desenrolar da história política do Brasil, o advogado também assistiu de perto à evolução tecnológica do sistema eleitoral, das caixas de madeira às urnas eletrônicas, que foram adotadas a partir de 1996. E elogia o sistema:
“Antes havia muitas possibilidades de fraude e a apuração levava dias. Agora é uma maravilha, temos um sistema que o mundo inteiro respeita e enaltece.”
Pela longa contribuição à Justiça Eleitoral, o advogado recebeu uma medalha do TRE/SP.
Com informações do TRE/SP.