Nesta sexta-feira, 19, o vice-presidente e corregedor do TRE/DF, desembargador Sebastião Coelho da Silva, anunciou aposentadoria e fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes. O magistrado afirmou que a decisão de se aposentar é uma reação à sua insatisfação com o STF e com o discurso de posse do ministro como presidente do TSE.
De acordo com o desembargador, Moraes fez uma declaração de guerra ao país. Segundo ele, as falas do ministro “inflamam” e "não agregam". “Há muito tempo, não estou feliz com o STF. Então, quem não está feliz com o órgão, não pode continuar”, asseverou.
“Eu não vou cumprir discurso de ministro. Seja ele em posse, seja ele em Twitter, seja ele em redes sociais.”
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Posse do TSE
Na última terça-feira, 16, o ministro Alexandre de Moraes tomou posse como presidente do TSE e defendeu a democracia e o sistema eleitoral durante seu discurso.
O novo presidente iniciou seu discurso afirmando que a Justiça Eleitoral atua com transparência e honra sua histórica vocação de concretizar a democracia.
"Somos a única democracia do mundo que apura e divulga os resultados eleitorais no mesmo dia, com agilidade, segurança, competência e transparência. Isso é motivo de orgulho nacional."
O ministro também afirmou que o exercício da democracia garante a possibilidade periódica do eleitor escolher seus representantes.
"Respeito às instituições é o único caminho de crescimento e fortalecimento da República, e a força da democracia como único regime político, onde todo poder emana do povo e deve ser exercido pelo bem do povo."
No final do discurso, Moraes pediu respeito à democracia e pontuou que a "liberdade de expressão não é liberdade de agressão".
"Liberdade de expressão não é liberdade de destruição da democracia, de destruição das instituições, de destruição da dignidade e da honra alheias. Liberdade de expressão não é liberdade de propagação de discursos de ódio e preconceituosos. A liberdade de expressão não permite a propagação de discursos de ódio e ideias contrárias à ordem constitucional e ao Estado de Direito, inclusive durante o período de propaganda eleitoral, uma vez que a plena liberdade do eleitor em escolher o seu candidato, sua candidata, depende da tranquilidade e da confiança nas instituições democráticas e no próprio processo eleitoral."