Em sessão virtual da 2ª câmara Criminal do TJ/MT, desembargador Luiz Ferreira da Silva chamou a atenção de advogado dizendo, após a sustentação oral do causídico em um julgamento de habeas corpus, que ele prestou um desserviço ao seu cliente.
"Ao ilustre advogado, muito obrigado pela aula de filosofia que o senhor nos brindou. Mas, como velho advogado que fui durante três décadas, acho que, nessa linha, V. Sª. está prestando um desserviço ao seu cliente."
Segundo o magistrado, “nós temos que trabalhar com base na prova pronta”, e a teoria apresentada pelo advogado, bem como seu conhecimento de Filosofia e Sociologia, são bons para publicar livros, dar aulas. “Mas é o tempo que vai transformar suas ideias em que? Na lei.”
Assista:
- Veja íntegra da sessão.
Processo: HC 1000362-36.2022.8.11.0000
Debate filosófico
Migalhas conversou com o advogado João Guilherme Scheffler, que realizou a sustentação oral. O advogado diz que pode não ter sido compreendido pelos julgadores, assim como acredita que “talvez o desembargador não tenha tido o interesse em ser ofensivo” (embora o causídico tenha recebido desta forma), e salientou que o interesse era apenas em demonstrar que sua crença doutrinária era motivo de análise mais profunda para, quem sabe assim, pudesse ter sido concedida a ordem ao paciente.
- Leia a nota do advogado.