O Ministro da Justiça Anderson Torres disse, em seu Twitter, que tomará providências sobre o filme "Como se tornar o pior aluno da escola", produção de 2017 do humorista Danilo Gentili, com participação do ator Fábio Porchat. O filme foi associado a pedofilia por perfis bolsonaristas. O assunto ficou entre os mais comentados do Twitter neste domingo, 13.
Na plataforma, o filme tem classificação indicativa de 14 anos. Portanto, assista à cena só se tiver mais de 14 anos:
Além de Torres, o secretário especial da Cultura Mário Frias disse estar "fazendo o mesmo" em seu setor. "Isso não pode continuar."
Entenda
Os nomes dos humoristas Danilo Gentili e Fabio Porchat ficaram entre os assuntos mais comentados do Twitter neste domingo, 13, devido a acusações de incentivo à pedofilia pelo filme "Como se Tornar o Pior Aluno da Escola", disponível na Netflix. A plataforma de streaming também foi alvo de críticas.
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Em "Como se Tornar o Pior Aluno da Escola", Fabio Porchat interpreta Cristiano, um homem com desvios sexuais e dono do caderno que o ex-colega (papel de Danilo Gentili) roubou na escola para escrever o guia de "pior aluno", encontrado pelos protagonistas, os adolescentes Pedro (Daniel Pimentel) e Bernardo (Bruno Munhoz).
"A gente esquece o que aconteceu e, em troca, vocês batem uma punheta pro tio", diz o personagem na cena, interpretado por Fábio Porchat.
Embate político
As acusações contra o filme de 2017 teriam vindo à tona a partir de perfis que apoiam o presidente Jair Bolsonaro. A questão gerou embate político entre direita e esquerda.
O filme, nas palavras da deputada Carla Zambelli, "naturaliza a pedofilia a fim de normalizá-la".
Em 2019, a mesma Carla Zambelli teria apoiado o humorista, quando foi processado pela petista Maria do Rosário. "Bate mais forte no @DaniloGentili, que cresce igual massa de pão, @mariadorosario. Ninguém solta a mão do Danilo!!!" À época, o humorista foi condenado por injúria.
Agora, perfis de esquerda falam em "hipocrisia" por parte dos apoiadores do presidente, porque aplaudiam Gentili quando o humorista apoiava o então candidato à presidência. Criticam, também, a "injustificada" demora de cinco anos para se manifestarem sobre a cena.
É preciso lembrar que estamos num ano eleitoral e, para alguns e algumas, polêmica é voto.
"Falso moralismo"
Ontem, Gentili disse sentir "orgulho" de ter conseguido "desagradar" em um mesmo nível de intensidade tanto os petistas quanto os bolsonaristas, e falou em "falso moralismo".
"O maior orgulho que tenho na minha carreira é que consegui desagradar com a mesma intensidade tanto petista quanto bolsonarista. Os chiliques, o falso moralismo e o patrulhamento vieram fortes contra mim dos dois lados. Nenhum comediante desagradou tanto quanto eu. Sigo rindo."