Migalhas Quentes

Candidato reprovado por demissão em cargo público retornará a concurso

O edital dispunha que a demissão de cargo público afeta a idoneidade moral, a conduta ilibada e o procedimento irrepreensível. Para juiz do DF, tal previsão é desproporcional.

8/3/2022

O juiz Federal Charles Renaud Frazao de Morais, do DF, deferiu liminar para garantir a candidato a reserva de vaga em próximas etapas de concurso para agente federal. O magistrado entendeu que é “desproporcional e irrazoável” norma do edital que reprovou o candidato por ele já ter sido demitido de cargo público.

Candidato reprovado por ter sido demitido de cargo público retornará a concurso.(Imagem: Freepik)

A controvérsia trata de concurso público: um homem ajuizou ação contra a União e um centro de pesquisa dizendo que se inscreveu em certame para o cargo de agente federal de execução penal. Ele conseguiu ser aprovado provas objetiva e discursiva, no exame de aptidão física, na avaliação de saúde e na avaliação psicológica, mas foi reprovado na etapa de investigação social.

De acordo com o autor, a reprovação teve a ver com sua demissão que ocorreu anos antes do Banco do Brasil, no edital do concurso está disposto o seguinte:

São fatos que afetam a idoneidade moral, a conduta ilibada e o procedimento irrepreensível: demissão de cargo público e destituição de cargo em comissão, no exercício da função pública em órgão da administração direta e indireta, mas esferas federal, estadual, distrital e municipal, mesmo que com base em legislação especial.

Para o autor, tal previsão “viola os princípios da razoabilidade e proporcionalidade constitucionais”.

Previsão desproporcional

Em antecipação de tutela, o juiz Federal Charles Renaud Frazao de Morais deferiu o pedido do autor para que seja reservada a vaga do autor nas próximas etapas do concurso. O magistrado entendeu ser “desproporcional e irrazoável” a regra do edital que serviu de base para a exclusão da participação no concurso do autor.

Para o juiz, tal regra do edital pode criar “eterna punição” para o eventual candidato ao cargo ofertado, “o que de resto é evidente violação à garantia constitucional de acesso aos cargos, empregos e funções públicas”, disse.

Por entender que decisão diversa acarretaria dano de difícil reparação, o juiz deferiu a liminar.

O advogado Agnaldo Felipe Bastos (Agnaldo Bastos Advocacia Especializada) atuou na causa.

Leia a decisão.

_________

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas de Peso

Entenda os principais direitos dos candidatos nos concursos públicos

30/12/2021
Migalhas Quentes

Candidato excluído por ser réu poderá retornar ao concurso

22/3/2021

Notícias Mais Lidas

"Vale-peru"? TJ/MT fixa R$ 10 mil de auxílio-alimentação em dezembro

19/12/2024

Bosch é condenada a pagar R$ 1,7 mi por fraude em perícias judiciais

19/12/2024

iFood é multada por designar representante hospitalizado em audiência

19/12/2024

PEC que limita supersalários de servidores é aprovada pelo Congresso

20/12/2024

MP/BA investiga Claudia Leitte por retirar "Iemanjá" de música

19/12/2024

Artigos Mais Lidos

Afinal, quando serão pagos os precatórios Federais em 2025?

19/12/2024

Atualização do Código Civil e as regras de correção monetária e juros para inadimplência

19/12/2024

5 perguntas e respostas sobre as férias coletivas

19/12/2024

A política de concessão de veículos a funcionários e a tributação previdenciária

19/12/2024

Julgamento do Tema repetitivo 1.101/STJ: Responsabilidade dos bancos na indicação do termo final dos juros remuneratórios

19/12/2024