Em live nesta sexta feira, 28, o ex-juiz Sergio Moro acabou com o suspense e revelou que recebeu aproximadamente R$ 3,5 milhões no período de 12 meses de contrato com a administradora judicial Alvarez & Marsal. O ex-magistado afirmou que ganhava US$ 45 mil por mês e, ainda, recebeu um bônus de contratação de US$ 150 mil.
Segundo Moro, todos os valores foram declarados "nada foi feito escondido, tudo foi feito com muita clareza".
Questionamento relevantes
Após as condenações na Lava Jato, que envolveram cifras volumosas, empresas como Odebrecht, Galvão Engenharia e OAS buscaram a administradora judicial Alvarez & Marsal. Neste ponto, já é necessário fazer um questionamento: por que a escolha da A&M (uma consultoria norte-americana) por várias empresas condenadas na Lava Jato?
O que já era estranho fica ainda mais nebuloso quando, tempos depois das sentenças, o juiz que as condenou é contratado como "diretor de investigações". A contratação, é claro, levantou suspeitas e chegou ao TCU.
Moro explica
As indagações foram respondidas por Moro na live. Inicialmente, o ex-juiz afrmou que seu contrato proibia que ele trabalhasse para empresas envolvidas na Lava Jato. Ademais, sustentou que foi contratado para a filial da empresa nos EUA (Alvarez & Marsal Administração Judicial LTDA) e ficou vinculado à empresa brasileira apenas enquanto não foi concedido o seu visto para o exterior.
Desse modo, o ex-magistrado explicou que não foi decisão da Odebrecht a escolha da administradora judicial Alvarez & Marsal (Alvarez & Marsal Disputas e Investigações), mas sim uma determinação judicial.
Por fim, Moro afirmou que as empresas citadas são distintas, tendo até CPNJs diferentes. "Eu não prestei nenhum serviço para a Odebrecht", concluiu.