Nesta sexta-feira, 28, comemora-se o Dia Internacional da Proteção de Dados Pessoais. A data rememora o ano de 1981, momento em que foi firmada a Convenção 108, o primeiro tratado internacional legislativo que trata da privacidade e proteção de dados.
A data ganha ainda mais importância no Brasil se levarmos em conta que, em 2022, a Lei Geral de Proteção de Dados completa dois anos em vigor. Neste interregno, será que as pessoas e empresas tomaram maior consciência do valor e dos riscos relacionados a seus dados? Sim. Quem afirma isso é a advogada Luiza Leite, especialista na área proteção de dados e CEO da Dados Legais.
A especialista destaca que prestar atenção na proteção de dados logo no início de um projeto pode evitar multas, processos e danos à reputação de um usuário e, assim, tornar o negócio mais eficiente e sustentável.
“Já pensar os processos levando em consideração os princípios da proteção de dados e privacidade, além de resguardar as instituições otimiza o fluxo de adequação com a LGPD, evitando revisitar e adaptar os processos quando já estão consolidados.”
A advogada, então, resolveu listar algumas dicas para os usuários em relação aos maiores erros em relação ao uso de dados.
- Conveniência e privacidade
É necessário pensar antes de compartilhar seus dados - cuidado com aplicativos e serviços que pedem informações ou autorizações para acesso a geolocalização ou lista de contatos.
Antes de clicar, pense se os dados são realmente necessários, avalie a reputação de quem coleta e veja se a troca é razoável; se os benefícios oferecidos valem o “preço” de seus dados.
- Proteja-se e não seja um alvo fácil
Outra dica é evitar a previsibilidade e a fragilidade das senhas, com recomendações de como usar senhas mais robustas, sem perder a conveniência.
- Use bem os recursos de privacidade já disponíveis
LGPD para empresa
José Castellian, CEO da LawQuest, startup especializada em proteção de dados corporativa, sinaliza que a LGPD trata de uma “cultura” de respeito das informações que os clientes confiam às empresas. “Não é apenas sobre multas e fiscalizações”, afirma.
O adequado tratamento de dados pode, até mesmo, ser o diferencial para empresa: “quem é que vai preferir uma empresa que não respeita os seus dados?", questiona José Castellian.
“os diferenciais competitivos que podem ser conquistados com a devida adequação vão de encontro com a transformação digital das empresas, quanto mais as organizações se adentram ao mundo digital, mais o mercado de proteção de dados e privacidade tende a crescer. Oportunidades vão aparecendo e novas ferramentas começam a aparecer para ajudar e melhorar todo esse processo de conformidade com a lei”