Foi o presidente Jair Bolsonaro quem deu início às convocações para as manifestações antidemocráticas ocorridas no dia 7 de setembro, data da Independência do Brasil. Isso é o que afirma a PGR em documento enviado ao STF. Segundo a Procuradoria, foi após uma manifestação do presidente que a organização dos atos começou.
De acordo com o jornal O Globo, que teve acesso ao documento, esta é a primeira vez que Bolsonaro é citado nominalmente dentro do inquérito que investiga os atos antidemocráticos, que tramita em sigilo no STF e é relatado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Não fica claro, porém, se o presidente é investigado neste caso, nem quais seriam os eventuais crimes cometidos por ele em função de seu vínculo com os atos.
No documento, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, responsável pelo caso, teria afirmado que a convocação para ataques às instituições democráticas teve início no dia 15 de agosto, quando Bolsonaro teria divulgado uma mensagem para seus contatos no WhatsApp defendendo a organização de um “contragolpe” às manifestações contrárias ao seu governo.
Segundo O Globo, a PGR cita essa divulgação como sendo uma “entrevista” dada pelo presidente.
“A princípio, a organização da realização de prováveis atos de ataque à democracia e às instituições iniciou-se com entrevista do presidente da República informando que haveria ‘contragolpe’ aos atos entendidos como contrários à sua gestão, em 15 de agosto do presente ano”, escreveu Lindôra.