Migalhas Quentes

Shopping pode reajustar aluguel de lojas com base no IGP-DI

Houve expressa previsão contratual quanto ao índice de correção a ser aplicado. Além disso, juiz do DF considerou que não estava onerosidade excessiva para uma das partes com o índice acordado.

19/8/2021

O juiz de Direito Roberto da Silva Freitas, de Brasília/DF, negou pedido de lojista que pretendia revisão do índice que ajusta seu aluguel. O magistrado considerou houve expressa previsão contratual quanto ao índice de correção a ser aplicado, além de não estar presente a onerosidade excessiva para uma das partes. “Não há que se falar em substituição do IGP-DI”, disse.

(Imagem: Freepik)

Um lojista ajuizou ação revisional de aluguel contra a Multiplan, administradora do shopping no qual o empresário tem loja, contra a imposição da aplicação do IGP-DI para o reajuste do aluguel. Na Justiça, o lojista requereu a adoção do IPC - Índice de Preços ao Consumidor como fator de correção.

O autor alegou que a administradora impõe a aplicação do IGP-DI para o reajuste do aluguel mínimo sem levar em consideração o cenário extraordinário econômico provocado pela pandemia da covid-19. Tal fator de correção, segundo ele, acarretou desequilíbrio contratual e onerosidade excessiva superveniente.

Contrato

Ao apreciar o caso, o juiz não atendeu ao pedido do autor. O magistrado observou que o contrato celebrado entre as partes previu o IGP-DI como índice de correção dos aluguéis mensais.

Quanto à alegação da pandemia, o magistrado reconheceu que a pandemia se caracteriza como evento extraordinário e imprevisível. Porém, ele frisou que a aplicação da teoria da onerosidade excessiva, com a consequente resolução ou revisão do contrato, pressupõe que, “além do caráter extraordinário e imprevisível do evento, a prestação de uma das partes se torne excessivamente onerosa e gere extrema vantagem para o outro contratante”.

“embora a alta considerável do IGP-DI seja fato notório e tenha o poder de impactar a prestação da parte autora, não se pode afirmar que tal situação acarretará extrema vantagem para a parte requerida (...)”

Nesse sentido, o juiz concluiu que, havendo expressa previsão contratual quanto ao índice de correção a ser aplicado e não estando presentes a onerosidade excessiva, “não há que se falar em substituição do IGP-DI”.

A Multiplan foi representada pelos advogados Gustavo Henrique Caputo Bastos, Ademir Coelho Araújo e Eduardo Pisani Cidade (Caputo, Bastos e Serra Advogados).

Leia a decisão.

_______

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

Aluguel de lojista será de 6% sobre faturamento bruto, decide juiz

25/6/2021
Migalhas Quentes

Juiz concede redução no aluguel de lojista em razão da pandemia

25/4/2021
Migalhas Quentes

Shopping reverte decisão que concedeu desconto em aluguel de lojista

2/3/2021
Migalhas Quentes

Lojistas de shoppings pedem redução de aluguel em razão da pandemia

18/8/2020

Notícias Mais Lidas

Sancionada lei que altera Código Civil e padroniza atualização monetária e juros

1/7/2024

Magistrado que negou prioridade a gestante já foi censurado pelo CNJ

1/7/2024

Após avaliar esforço do advogado, TJ/GO fixa honorários de R$ 50 mil em causa milionária

2/7/2024

Advogado explica nova lei que padroniza índice de juros e correção

1/7/2024

Juíza aumenta pensão de pai no exterior: “paternar à distância é fácil”

1/7/2024

Artigos Mais Lidos

Imposto sobre ITBI e transferência patrimonial para holdings

1/7/2024

TDAH pode se aposentar pelo INSS?

30/6/2024

Condomínios e porte de drogas para uso pessoal: O que muda com a mais recente decisão do STF

2/7/2024

Porte de drogas para consumo pessoal e o STF. Um problema antigo e com solução antiga

1/7/2024

Holding familiar: Desafios jurídicos e propostas de soluções

1/7/2024