O presidente Jair Bolsonaro parece estar com uma certa fixação pelo ministro Luís Roberto Barroso. Na live desta quinta-feira, o presidente repetiu uma série de vezes o nome do ministro. Ele voltou a defender o voto impresso, criticou o presidente do TSE, insinuou questões políticas e falou em reeleição: disse que, se ficar no cargo, consegue indicar quatro ministros para o STF e poderia “mudar o perfil” da Corte.
Novamente, Bolsonaro diz ter convicção de que há fraude nas eleições brasileiras. Quanto às provas, nunca apresentou nenhuma. Sobre essa questão, o ministro Barroso falou em entrevista também na quinta-feira.
“Se o presidente da República ou qualquer pessoa tiver alguma prova de fraude, (...) tem o dever cívico de entregá-la ao Tribunal Superior Eleitoral. Estou esperando de portas abertas e de bom grado.”
Ainda na live, Bolsonaro comentou decisão judicial em que Barroso suspendeu por seis meses medidas de desocupação de áreas que já estavam habitadas antes de 20 de março do ano passado, quando foi aprovado o estado de calamidade pública em razão da pandemia da covid-19.
"Novo STF"
Por fim, mostrou sua intenção: mudar o "perfil do STF” ao indicar ministros. Bolsonaro destacou que, se reeleito, consegue indicar quatro membros da Corte.
“As eleições do ano que vem não é (sic) pra presidente, governador e deputados não. Também é para o STF. Quem ganhar em 22, no primeiro semestre de 23 indica dois nomes para o STF. Obviamente, vamos supor que eu dispute eleições, - não decidi ainda, né? – e se (sic) eleja, eu teria indicado quatro para o STF. Não é maioria? Não é... mas decide muito, porque também lá tem negociações. (...) Se a gente conseguir indicar quatro, a gente muda e muito o perfil do STF.”
Outros ministros
Bolsonaro não se deu por satisfeito e os ataques foram proferidos também contra outros ministros.
Ele criticou Fachin por suspender operações policiais no Rio de Janeiro durante a pandemia.
"Está complicado. Não queremos problemas no Brasil. Poucas pessoas acabam manchando a instituição”.
Por último, o alvo foi Rosa Weber, que deu decisões contrárias à ampliação do porte e posse de armas.
“A Rosa Weber deu várias canetadas, não sei se ela tem segurança policial, deve ter policial federal com ela. Deveria não ter para dar exemplo”.