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Moraes nega pedido para deixar relatoria de investigação contra Salles

O ministro ponderou que os fatos tratados na presente ação são “absolutamente diversos” daqueles tratados nas Pet 9.595 e 9.594, ambas de relatoria da ministra Cármen Lúcia.

26/5/2021

Nesta quarta-feira, 26, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, negou pedido da PGR para deixar a relatoria da investigação que apura um possível esquema de corrupção para exportação ilegal de madeira, envolvendo o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e membros da pasta.

(Imagem: Rosinei Coutinho/STF)

Ontem, Augusto Aras enviou ofício ao presidente da Suprema Corte, ministro Luiz Fux, e ao próprio Moraes pedindo o afastamento do ministro da investigação.

O PGR defendeu que a operação Akuanduba seja redistribuída a um outro ministro, por sorteio, ou vá para a ministra Cármen Lúcia, que é a relatora de duas ações que apuram a suposta atuação indevida de Salles em benefício de empresas madeireiras.

Ao negar o pedido, Moraes ponderou que os fatos tratados na presente ação são “absolutamente diversos” daqueles tratados nas Pet 9.595 e 9.594, ambas de relatoria da ministra Cármen Lúcia.

O ministro também salientou que a Pet 8.975 é mais antiga do que as demais e refere-se, exatamente, aos mesmos fatos da representação feita pela autoridade policial e que deu ensejo ao desarquivamento dos autos.

“Não há, portanto, qualquer dúvida sobre a competência desse relator para prosseguir na relatoria da PET 8.975 (processo nº 0097590- 87.2020.1.00.0000), cuja distribuição foi anterior àquelas citadas pela Procuradoria Geral da República em sua manifestação e cujo objeto é exatamente o mesmo.”

Operação Akuanduba

Crimes contra a administração pública, como corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando, praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro, são o alvo da operação Akuanduba, deflagrada pela PF no último dia 19.

Cerca de 160 policiais federais cumpriram 35 mandados de busca e apreensão no DF e nos Estados de SP e PA. As medidas foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Além das buscas, Moraes determinou o afastamento preventivo de 10 agentes públicos ocupantes de cargos e funções de confiança no Ibama e no ministério do Meio Ambiente.

As investigações foram iniciadas em janeiro deste ano a partir de informações obtidas junto a autoridades estrangeiras noticiando possível desvio de conduta de servidores públicos brasileiros no processo de exportação de madeira.

O processo tramita sob sigilo.

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