Nesta quinta-feira, 29, a companhia de ensino Educação Metodista deu entrada com o pedido de recuperação judicial no TJ/RS. O tradicional grupo de educação busca a reestruturação de suas instituições de ensino superior e básica a fim de garantir sua sustentabilidade e preservar a qualidade acadêmico-pedagógica.
A partir do deferimento do pedido, a Instituição terá um prazo de 60 dias corridos para apresentar o plano de recuperação.
“A recuperação judicial é o primeiro passo do processo de reestruturação planejado pela Educação Metodista. A reorganização do grupo envolve a implementação de um novo modelo de gestão e a desmobilização de ativos não operacionais”, afirma Maurício Trindade, diretor financeiro do grupo.
A Educação Metodista inaugurou sua primeira unidade no Brasil em 1881 e sua escola mais antiga está localizada no Rio Grande do Sul. Atualmente, conta com 11 colégios e seis instituições de ensino superior (duas universidades, dois centros universitários e duas faculdades), que oferecem 80 cursos presenciais e 25 cursos na modalidade EAD nos Estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. A instituição emprega cerca de 3 mil funcionários, dos quais 1.200 são docentes, e atende 19 mil alunos da educação básica ao ensino superior.
Desde 2015, a Educação Metodista vem enfrentando uma redução significativa do número de alunos, o que provocou um forte impacto na receita e o consequente desequilíbrio financeiro. A crise das instituições metodistas de educação teve início com a mudança nas regras do Fies - Fundo de Financiamento Estudantil e se acentuou com o cenário econômico de recessão dos últimos anos. A pandemia de covid-19 agravou a situação da Educação Metodista.
Diante deste contexto, o grupo educacional alega ter adotado todas as medidas possíveis para reduzir perdas e preservar escolas e instituições de ensino superior. Neste sentido, a Educação Metodista optou pela recuperação judicial a fim de manter suas atividades acadêmicas.
“Estamos confiantes na reorganização do grupo por meio da recuperação judicial. Neste momento, nossa prioridade é proteger toda a comunidade acadêmica, valorizando nossos professores e funcionários e garantindo um ensino de qualidade aos nossos alunos”, diz Trindade.