Se você, caro migalheiro, pedir para alguém descrever características que definem um “juiz”, certamente ouvirá respostas que mencionem expressões como "pessoa reservada" e "séria".
Também pudera. Os formais ritos jurídicos e a própria mídia - que produz filmes, séries e novelas - endossam tal estereótipo dos magistrados.
Acontece que por trás da toga, e nos holofotes das redes sociais, juízes têm feito sucesso mostrando outras áreas de suas vidas: compartilham hobbies, momentos leves e familiares com os usuários.
É o que mostra o juiz Ralpho de Barros Monteiro, de São Paulo, que logo na descrição do seu perfil do Instagram diz: “Juiz de Direito do TJSP. (...) Escritor. Bodybuilder (tentativa de). Músico quando dá.”
De família tradicional de juízes, Ralpho de Barros Monteiro publica conteúdos jurídicos, mas não dispensa posts de quando vai à academia, à praia e de quando toca violão. Ao Migalhas, o magistrado afirmou que, nos dias de hoje, é preciso mostrar que o juiz também é um ser humano antes de qualquer coisa. "Nós temos hobbies, fazemos coisas; no meu caso, gosto de fisiculturismo, sou músico também. Gosto demais de postar isso", relatou.
Para o juiz, a exposição da vida do profissional nas redes sociais não reflete sobre a qualidade do trabalho: “são coisas independentes”. Ralpho de Barros Monteiro salientou que estamos em uma época de transição – saindo da visão mais tradicional do profissional de Direito – justamente porque se percebeu que certas atividades não implicam em um bom ou mau profissional.
Magistratura e música
Fernando de Castro Faria é juiz de Direito em Santa Catarina. Nando Les Paul é músico - compositor e guitarrista. Ambos são a mesma pessoa. Ao Migalhas, o magistrado diz que a música é o seu hobbie, uma válvula de escape da atividade estressante da rotina de um juiz. Em 2019, o juiz lançou seu primeiro EP com cinco faixas. Nesse projeto, contou com a participação de Dudu Fileti, que já participou do The Voice.
Quando questionado acerca da exposição dos talentos e hobbies nas redes sociais, Fernando de Castro Faria acredita que tal atitude humaniza a figura do magistrado. O Instagram e Youtube, por exemplo, são os locais onde Fernando divulga o seu trabalho de músico e afirma que nunca foi criticado por isso, “ao contrário, as pessoas gostam”.
Agora, com vocês, migalheiros: Nando Les Paul.