A Polícia Civil pediu a prisão da suposta jurista Cátia Raulino. Com expressivo número de seguidores nas redes sociais, a professora e pós-doutora teve seus títulos contestados e é investigada por plágio. Prisão preventiva foi pedida pelo delegado Antônio Carlos Magalhães Santos, titular da 9ª delegacia, responsável pelo caso. A informação foi divulgada pelo jornal local Correio 24 Horas.
A polícia concluiu inquérito do caso, e aponta que a acusada deve responder a pelo menos cinco crimes: estelionato; uso de documento falso; exercício ilegal do Direito; falsidade ideológica; e plágio.
O delegado informou que Cátia Raulino não tem o diploma de bacharel em Direito pela Universidade Federal do Maranhão que ela alega ter, o que já invalida a comprovação dos outros títulos, como o de mestrado, doutorado e pós-doutorado na área. No fim de setembro, Antônio Carlos já afirmava haver indícios de que o diploma usado por ela era falso.
"A conclusão é que a senhora Cátia Raulino não tem diploma de bacharel na Universidade do Maranhão. (...) A faculdade que ela diz ter o diploma, a gente tem certeza absoluta que ela nunca esteve naquela instituição de ensino. Sequer ela tem o diploma de bacharel em Direito."
Apesar de informar que o inquérito seria remetido ao Ministério Público ainda na terça-feira, 13, o delegado falou também que há uma suspeita de que Cátia Raulino tenha cometido crime cibernético. "Também tem o crime cibernético que a gente já descobriu, que ela utilizou a rede social, mas a gente precisa de uma prova concreta, uma perícia. Por isso, foi solicitada a busca nos equipamentos eletrônicos dela."
Suspeita
Pelo extenso currículo, que foi possível consultar pela Plataforma Lattes (mas que foi excluído da plataforma após reportagens), Cátia chegou a ser coordenadora do curso de Direito de uma faculdade em Salvador, onde ministrou aulas de Direito Administrativo e Direito Tributário.
Nas redes sociais, Cátia ostentava palestras, cursos e aulas sobre Direito com larga experiência. Mas, em agosto, ela passou a ser acusada de incongruências no currículo. Hoje, seus perfis nas redes sociais estão desativados.
Matérias jornalísticas informam que as universidades citadas por ela não a reconhecem como discente. Segundo as denúncias, ela não teria nem mesmo graduação em Direito. Além da falta de títulos, a suposta jurista é acusada de plágio por ex-alunas.
O Ministério Público da Bahia investiga o caso, que tem ao menos seis denúncias: duas referentes a suposta prática de exercício ilegal da advocacia e quatro referentes a suposto crime de violação de direito autoral.