Apesar das expectativas pessimistas de analistas e da equipe econômica, o tombo de 9,7% do PIB no último trimestre assustou. Com o resultado, o país entra oficialmente em recessão técnica ao acumular dois trimestres consecutivos de encolhimento do nível de atividade.
A desvalorização do Produto Interno Bruto é a maior desde o início dos cálculos nesta formatação, em 1996. Em relação ao mesmo trimestre de 2019, a queda é ainda maior e atinge impressionantes 11,4%. É notório o impacto da crise do coronavírus, porém, se atentarmos ao fato que o IBGE também revisou o cálculo do trimestre anterior para uma queda de 2,5%, a situação fica ainda mais preocupante.
Um dos fatores que impediram uma retração maior, foi a distribuição do Auxílio Emergencial prorrogado até 31 de dezembro de 2020. Ainda assim, a soma de bens e serviços produzidos no país totalizou R$ 1,653 trilhão, fazendo a economia regredir ao mesmo patamar do final de 2009.
Diferente das recessões anteriores, esta acontece antes de uma recuperação das perdas da economia no período entre 2014 e 2016. A tímida evolução nos últimos 3 anos mostrava que havia possibilidade de um ciclo mais virtuoso após a política de controle dos gastos públicos iniciada na gestão Temer (2016-2018).
Com este resultado, os desafios para o crescimento nos próximos anos aumentam. As desigualdades regionais tendem a crescer com uma população empobrecida e com os setores da indústria e serviços atingindo quedas em números recorde. Independente da corrente política, urge a necessidade de um planejamento de Estado para superar as dificuldades apresentadas. O professor Gilberto Bercovici, comenta o seguinte sobre o tema:
“O planejamento é tão importante que ninguém é contra o planejamento. As pessoas das mais variadas concepções, desde os ultraliberais até os mais intervencionistas, defendem o planejamento do Estado. E daí a sua importância: ele não só demonstra quais são os objetivos e metas, tenta evitar desperdícios, como políticas sem utilidade ou em duplicidade, organizando a atuação do Estado para atingir determinados fins, com o fito de promover a mudança das estruturas econômicas e sociais.”
Neste contexto, é imprescindível fazer uma leitura crítica para retomar uma proposta de desenvolvimento do país com foco em planejamento para o enfrentamento da crise. A LEPHS oferece o curso “Ciclos Econômicos e Desafios do Desenvolvimento no Século XXI”, em que Delfim Netto, Gilberto Bercovici, Luiz Gonzaga Belluzzo e Paulo Rabelo abordam o impacto das transformações da economia global no desenvolvimento nacional.
Conheça o conteúdo completo deste curso que é uma oportunidade única para entrar em contato com as perspectivas de renomadas personalidades da economia e do direito econômico para o desenvolvimento nacional em tempos tão turbulentos.