Migalhas Quentes

Força-tarefa da Lava Jato deve acabar dia 10

Depois de seis anos e meio de muitas vitórias e poucas derrotas, chega ao fim a operação conjunta entre MPF, Receita e PF que desbaratou uma verdadeira organização criminosa na Petrobras.

1/9/2020

No próximo dia 10 termina o prazo de vigência da força-tarefa da Lava Jato de Curitiba, comandada por Deltan Dallagnol. O procurador já pediu ao chefe Augusto Aras a renovação do grupo – o que, ele mesmo sabe, não deve ocorrer, mesmo tendo o Conselho Superior do MP, via ofício, solicitado a Aras que o prazo de atuação da equipe fosse estendido.

A operação Lava Jato foi iniciada em março de 2014, na cidade de Curitiba, com a investigação de quatro organizações criminosas lideradas por doleiros. Mais tarde, criou braços no RJ, SP e DF. E ainda foram montadas equipes da operação atuando nos TRF das 2ª (RJ/ES) e 4ª (RS/SC/PR) regiões.

Desde então, já foram realizadas 72 fases da operação, tendo a última (com o poético nome de operação “Navegar é preciso”) ocorrido em agosto de 2020. Nesse período, a projeção da força-tarefa extrapolou os limites nacionais.

Origem do termo

Popularizada nos últimos anos, a expressão “força-tarefa” tem origem militar: na Segunda Guerra Mundial, foi utilizada pela Marinha dos EUA para designar uma unidade militar temporária, criada para realizar uma operação ou missão específica.

Está aí, note-se, a essência de uma task force, ou força-tarefa: não se trata de uma ação infinita, mas, sim, de um movimento estratégico e delimitado no tempo e no espaço. Não à toa, algumas Forças Armadas utilizam o termo "força operacional".

Emprestada da seara militar, organizações civis também passaram a usar o termo "força-tarefa" para designar grupos de trabalho ou comissões eventuais criadas para desempenhar tarefas temporárias.

Independentemente do âmbito, fato comum a todas as forças-tarefas é o de que elas têm atuação limitada, não se prorrogando indefinidamente.

Estertores

Após seis anos e meio, não há dúvida de que a operação Lava Jato foi a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro da história do Brasil. Mas sua prorrogação, ad aeternum, como pretendem seus integrantes, escapa completamente ao conceito do instituo e coloca em dúvida até seus interesses, uma vez que, como se sabe, não poucas vezes a política permeou a atuação dos doutores.

Nesse sentido, e em benefício da própria história que brilhantemente construíram, é bom pôr termo à operação. Com isso, eles saem, indiscutivelmente, com os louros da vitória sobre a criminalidade.

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