Migalhas Quentes

Advogado aborda arbitragem da Embraer após desistência de acordo da Boeing

Guilherme Amaral explica que o principal desafio será estabelecer se a Embraer deu ou não causa à ruptura.

28/4/2020

Após a Boeing anunciar que desistiu de acordo, a Embraer informou, nesta segunda-feira, 27, que já iniciou procedimentos de abertura de arbitragem. O acordo previa formação de uma joint venture com 80% de participação da empresa estadunidense e 20% da brasileira.

A justificativa da Boeing para a desistência foi que a empresa brasileira "não atendeu às condições necessárias".  O acordo entre as empresas foi anunciado por US$ 4,7 bilhões em julho de 2018 e o fim das conversas deixa a empresa brasileira em situação delicada.

A Embraer não disse, até o momento, se irá processar a Boeing também judicialmente. Ao analisar a situação, o advogado Guilherme Amaral, do escritório ASBZ Advogados, explica que o contrato entre as empresas é muito complexo e o principal desafio na arbitragem será “estabelecer se a Embraer deu ou não causa à ruptura, se deixou de cumprir alguma de suas obrigações e, se não, qual seria o valor da indenização pela ruptura do contrato”. 

Diante da atual crise no setor aéreo global em decorrência da pandemia, o advogado pondera que, se a Embraer já estava buscando parceiros para sobreviver antes da crise, “é de se imaginar que com anos difíceis pela frente na aviação ela tenha ainda mais a necessidade de se aliar a alguém. O próprio governo brasileiro já sugere que um dos caminhos é a China”.  Para o advogado, a Embraer está mais bem posicionada que a Boeing no atual cenário devido aos seus modelos de aviação. 

“A Embraer, em tese, está melhor posicionada que a própria Boeing para esse momento pois é de se imaginar que a demanda por aeronaves, quando existir, esteja mais concentrada em aviões menores e eficientes. E o avião de menor porte da Boeing, seu grande sucesso de vendas que é o 737, passa por um momento crítico.” 

Na visão do causídico, a Embraer deve continuar sendo um ativo interessante ainda que “o interesse por investimentos no setor da aviação deva sofrer impacto relevante em razão da pandemia do coronavírus”.

 _________

Veja mais no portal
cadastre-se, comente, saiba mais

Leia mais

Migalhas Quentes

Boeing desiste de acordo com a Embraer

25/4/2020
Migalhas Quentes

MPF: Cade deve reanalisar compra da Embraer pela Boeing

12/2/2020
Migalhas Quentes

PDT pede que Supremo anule venda da Embraer para Boeing

17/10/2019
Migalhas Quentes

Cassada liminar que suspendia operação entre Embraer e Boing

10/12/2018
Migalhas Quentes

Suspenso acordo entre Boeing e Embraer para criação de nova empresa de aviação comercial

7/12/2018
Migalhas Quentes

Juiz nega pedido para condicionar acordo entre Boeing e Embraer à manutenção de empregos no Brasil

26/7/2018
Migalhas Quentes

Boeing e Embraer anunciam criação de nova empresa de aviação comercial

5/7/2018

Notícias Mais Lidas

TJ/MG revoga liminar e veta transfusão em paciente testemunha de Jeová

15/7/2024

Herdeiros que ocupam imóvel exclusivamente devem pagar aluguel

16/7/2024

OAB/SP divulga nova tabela de honorários com 45 novas atividades

15/7/2024

TJ/BA anula sentença após juiz dizer que "lugar de demônio é na cadeia"

15/7/2024

Funcionária chamada de “marmita do chefe" por colegas será indenizada

16/7/2024

Artigos Mais Lidos

Partilha de imóvel financiado no divórcio

15/7/2024

Inteligência artificial e Processo Penal

15/7/2024

Você sabe o que significam as estrelas nos vistos dos EUA?

16/7/2024

Advogado, pensando em vender créditos judiciais? Confira essas dicas para fazer da maneira correta!

16/7/2024

O setor de serviços na reforma tributária

15/7/2024