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De Curitiba para o mundo: a trajetória de Sergio Moro até a saída do governo Bolsonaro

Ex-ministro ficou famoso ao comandar a operação Lava Jato.

24/4/2020

Sérgio Moro confirmou sua saída do governo nesta sexta-feira, 24. Ex-ministro ficou conhecido, no Brasil e no mundo, por ser o juiz responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância. Sua trajetória começou em Curitiba, no Paraná.

Início

Moro nasceu em Maringá/PR, onde se formou em direito na UEM - Universidade Estadual de Maringá, em 1994. Em 1996, com 24 anos, foi aprovado em concurso para juiz Federal substituto em Curitiba/PR. Cursou o Program of Instruction for Lawyers na Harvard Law School e possui título de mestre e doutor em Direito do Estado pela UFPR.

Em 2012, trabalhou no caso Banestado e atuou como auxiliar da ministra do Rosa Weber, do STF, no caso do mensalão.

Fama

Em 2014, Sérgio Moro, então juiz Federal à frente do berço da operação, comandou os processos da Lava Jato, quando ficou conhecido nacionalmente. Incumbido de conduzir os trabalhos, o ex-juiz tornou-se herói nacional.

Um dos episódios mais conhecidos entre erros apontados na Lava Jato foi a divulgação do grampo telefônico entre Lula e Dilma. Em 16 de março de 2016, Sérgio Moro proferiu despacho em que derrubou sigilo de grampo e permitiu a divulgação de ligação telefônica entre Dilma Rousseff, então presidente da República, e o ex-presidente Lula.

Na cartada final, em abril de 2018, o então juiz Federal expediu mandado de prisão contra o ex-presidente Lula. Mais tarde, condenou o ex-presidente a 9 anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Ministro

Em novembro de 2018, Moro aceitou o convite de Bolsonaro para assumir o ministério da Justiça. Foi então que largou a magistratura e, consequentemente, os processos da Lava Jato.  Moro disse, à época, que o cargo significava “consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior”.

Derrotas

A trajetória que leva o ex-ministro até o dia de hoje carrega denúncias e desavenças. Em 2019, a chamada “Vaza Jato”, quando o site Intercept Brasil teve acesso à troca de mensagens entre os integrantes da força-tarefa da operação e o juiz, iniciou uma série de denúncias de irregularidades na conduta de Moro e membros do parquet.

A principal aposta de Moro para o ministério era o pacote anticrime, que foi enviado ao Congresso e teve tramitação conturbada. Dentre as 53 propostas do ex-ministro, foram rejeitados 28 itens.

A proposta sancionada por Bolsonaro acrescentou, entre os pontos estabelecidos, a criação da figura do juiz de garantias, cujo veto havia sido sugerido por Moro.

Em março de 2019, Moro convidou Ilona Szabó para integrar como suplente, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. após repercussão negativa nas redes sociais e suposto telefonema do presidente, o então ministro da Justiça, retirou a indicação da cientista política. 

Em agosto de 2019, Bolsonaro sancionou lei para transferir o Coaf do ministério da Economia para o Banco Central e, consequentemente, retirar do cargo o presidente do órgão, Roberto Leonel, indicado ao posto por Moro, que via o Coaf como peça-chave na proposta de combate à corrupção.

Na sua saída do ministério, Sergio Moro fez várias e graves revelações do governo Bolsonaro. Confira aqui.

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