Apesar de derrotas no mundo todo e de ter assumido em 2015 a culpa pela instalação de software em 11 milhões de veículos para fazer com que os motores parecessem menos poluentes durante testes regulatórios, no Brasil, a postura da Volkswagen continua de procrastinação. É o que afirma o advogado Leonardo Amarante (Leonardo Amarante Advogados Associados), representante da ABRADECONT - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor e Trabalhador.
De acordo com o advogado, a fabricante alemã de veículos está prestes a amargar mais prejuízos em razão de sua estratégia de “empurrar com a barriga” os milhares de processos judiciais que acumula no caso que ficou mundialmente conhecido como Dieselgate.
O causídico informa que a Alta Corte de Londres acaba de decidir que a empresa é responsável pelos danos causados aos consumidores também no Grã-Bretanha. “Com isso, obriga a empresa a pagar indenização a 90 mil donos de veículos que estão processando a montadora. Até agora, as consequências da irregularidade custaram à VW cerca de US$ 32 bilhões, além de multas e compensações, em sua maioria nos Estados Unidos e na Alemanha”, disse.
Segundo o advogado, a empresa segue interpondo recursos que só fazem atrasar o desfecho da batalha judicial. “É um típico caso de duplo padrão de comportamento”, afirma.
Amarante diz que, atualmente, em fase de Execução Provisória, os 17 mil proprietários da Amarok ainda terão que aguardar o resultado de recursos no STJ e no STF para começarem a receber as indenizações, “que giram em torno de R$ 17 mil pelos danos morais (com juros e correções) a cada cliente, além dos danos materiais a serem arbitrados em liquidação”.
____________