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Dallagnol diz que é "irresponsabilidade" Toffoli declarar que Lava Jato quebrou empresas

Nos últimos dias, Toffoli reconheceu a importância da operação, mas disse que a Lava Jato destruiu empresas.

16/12/2019

“Dizer que a Lava Jato quebrou empresas é uma irresponsabilidade”. A fala é de Deltan Dallagnol, coordenador da operação, publicada em seu Twitter nesta segunda-feira, 16, em resposta às declarações de Dias Toffoli.

Nos últimos dias, Toffoli ressaltou a importância da Lava Jato, mas disse que a operação destruiu empresas, algo que não aconteceria nos EUA, por exemplo.

Lava Jato

Em entrevista ao Estadão, ministro Toffoli falou sobre a Lava Jato: a operação "foi muito importante, desvendou casos de corrupção, colocou pessoas na cadeia, colocou o Brasil numa outra dimensão do ponto de vista do combate à corrupção, não há dúvida. Mas destruiu empresas. Isso jamais aconteceria nos Estados Unidos. Jamais aconteceu na Alemanha. Nos Estados Unidos tem empresário com prisão perpétua, porque lá é possível, mas a empresa dele sobreviveu. A nossa legislação funcionou bem para a colaboração premiada da pessoa física. Mas a da pessoa jurídica não ficou clara".

Para Deltan Dallagnol, a frase é uma irresponsabilidade, pois fecha os olhos para o fato de que a operação “vem recuperando por meio dos acordos mais de R$ 14 bilhões de reais para os cofres públicos, algo inédito na história”, disse. O procurador reagiu com uma sequência de tweets rebatendo a fala do presidente da Corte. Veja:

Reações

Não foi só Dallagnol que reagiu à fala de Toffoli. Ao jornal Estadão, o PGR Augusto Aras rebateu à fala de Toffoli que disse que o Conselho do MP não colocava ninguém “para fora até pouco tempo”. Aras informou que, desde a criação do conselho, houve 268 sanções a procuradores, 39 somente em 2019, segundo relatório da corregedoria.

O procurador Roberson Pozzobon, também integrante da força-tarefa, se pronunciou em seu Twitter:

“Respeitosamente, Min. Toffoli, a #LavaJato não “destruiu” empresa nenhuma. Descobriu graves ilícitos praticados por empresas e as responsabilizou, nos termos da lei. A outra opção seria não investigar ou não responsabilizar. Isso a #LavaJato não fez.”

Outro procurador que reagiu foi Blal Dalloul:

“As empresas escolheram um caminho totalmente equivocado, indo ao encontro da corrupção que destruiu muitos anos de desenvolvimento do país. O pecado da Lava Jato foi trabalhar pela aplicação da lei para esses multiplicadores da desgraça social? Deveria se omitir para manter o padrão de impunidade Brasil?.”

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