Neste livro, Eric Nepomuceno apresenta a história do massacre de Carajás, uma das mais marcantes matanças da história contemporânea do Brasil. A Justiça ainda não decidiu nada sobre os responsáveis e os envolvidos na operação, e ninguém está preso.
No dia 17 de abril de 1996 ocorreu uma marcha pacífica do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra –, que tinha como objetivo reivindicar a situação trabalhista daqueles presentes e as leis impostas sobre terras já naquela época. A marcha ocorreu no Pará, no município de Eldorado do Carajás, quando ainda no evento a polícia foi chamada. Em uma ação desastrosa – e, ao que parece, deliberada –, os policiais reagiram com truculência desproporcional, matando dezenove trabalhadores e deixando vários outros gravemente feridos.
Brilhante e minucioso trabalho de reportagem do jornalista Eric Nepomuceno, a obra compila diferentes episódios, relata os instantes de pânico vividos pelos trabalhadores e suas famílias durante a chacina, e trata também dos momentos posteriores ao ocorrido, como, por exemplo, os seguidos julgamentos cheios de decisões questionáveis, que, até o momento da publicação do livro, não tinham garantido justiça às vítimas.
Passados tantos anos, aquele massacre corre o grave risco de ser esquecido. Ainda de acordo com o site do MST, os responsáveis pelo crime até hoje não foram punidos. A razão deste livro ter sido escrito, diz o autor, é “soprar as brasas da memória para impedir que se tornem cinzas mortas”.
Sobre o autor:
Milton Eric Nepomuceno é um autor, jornalista e tradutor brasileiro. Nascido em 1948 em São Paulo, tornou-se jornalista em 1965. Em 1986 abandonou o jornalismo diário; desde então, escreve ocasionalmente para a imprensa do Brasil, da Espanha e do México. É tradutor e contista premiado, além de autor de livros de não-ficção.
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Ganhadora:
Rosiani do Nascimento Leal, de Redenção/PA